Para a próxima entrevista que fizemos em Boston, não poderíamos deixar de falar sobre uma das lojas de tênis mais famosas de lá – a Bodega.
O principal objetivo da nossa viagem era trazer conversas e as histórias de designers por trás dos tênis que tanto amamos e usamos; e também, pessoas importantes que movimentam a cultura de tênis local. O Drew se encaixa nessas duas categorias. Hoje ele é designer de calçados e vestuário para a Bodega – uma das lojas de tênis e streetwear mais famosas de Boston – e é quem está por trás das famosas colaborações com as marcas.
Drew entrou na loja 11 anos atrás como estagiário de marketing, e por conta da sua dedicação, talento e vontade de aprender, ele correu atrás e foi construindo sua carreira lá dentro: “de certa forma aconteceu organicamente, mas eu também já tinha me preparado para a oportunidade quando ela se apresentou. Foi estar no lugar certo na hora certa”. Em uma conversa super madura sobre tênis, o Drew falou de forma muito objetiva e honesta sobre o seu trabalho, suas referências e inspirações.
Mesmo tendo criado diversas colaborações importantes com a Bodega, ele escolheu o tênis que marcou a sua entrada na marca – o Bodega x Nike Footscape Woven Chukka. O tênis foi criado e projetado pelos designers originais da loja, que ele comenta que sempre viu como irmãos mais velhos e mentores: “eles foram as pessoas que realmente me inspiraram a me tornar um designer”.
“Meu nome é Drew, sou de Rhode Island e atualmente sou designer de calçados e vestuário da Bodega. Estou na loja há 11 anos, e muito do meu trabalho e vida aconteceu entre Providence e Boston, essas são as cidades que eu realmente me identifico.”
De onde surgiu seu interesse por design?
drew Eu só comecei a pensar nisso recentemente. Mas, para começar, minha mãe sempre foi uma pessoa criativa do seu próprio jeito. Antigamente ela limpava casas e muitos de seus clientes eram das artes plásticas, ou arquitetos, e eles tinham seus ateliês e escritórios dentro de suas casas. Eu ajudava minha mãe a limpar esses espaços e com isso, eu era exposto a esses lugares muito criativos, desde pequeno, e de certa forma, isso abriu meus olhos para diferentes carreiras.
Quando chegou a faculdade, meu foco era me formar e não ter que usar terno, sabe? Eu queria tá confortável com o que eu gostava de usar todos os dias. Fui para uma faculdade de administração em Boston estudar marketing, e fiz isso porque era algo flexível como profissão, e facilitou para que eu descobrisse com o que eu queria trabalhar. Enquanto estava na faculdade, eu procurei vagas para cumprir as minhas horas de estágio. Me candidatei para a Bodega, Concepts e Karmaloop. A Bodega foi a única que respondeu e comecei a trabalhar lá no final de 2010 como estagiário de marketing.
A partir daí, eu tava inserido em um ambiente muito criativo, jovem, enérgico e foi aí que realmente abri meus olhos para o design e como eu poderia fazer uma carreira nessa área. Eu nunca tive o exemplo de alguém que fosse bem sucedido no meio criativo, não era muito o tipo de coisa que as pessoas faziam da onde eu vim, mas quando cheguei à Bodega, ver os designers que eram apenas cinco anos mais velhos do que eu fazendo as coisas que eles faziam, isso realmente me inspirou e só me deu motivação para seguir essa carreira.
“Eu tava inserido em um ambiente muito criativo, jovem, enérgico e foi aí que realmente abri meus olhos para o design e como eu poderia fazer uma carreira nessa área. Eu nunca tive o exemplo de alguém que fosse bem sucedido no meio criativo, não era muito o tipo de coisa que as pessoas faziam da onde eu vim, mas quando cheguei à Bodega, ver os designers que eram apenas cinco anos mais velhos do que eu fazendo as coisas que eles faziam, isso realmente me inspirou e só me deu motivação para seguir essa carreira.”
Você já gostava de tênis antes de se candidatar para estagiar nessas lojas? Quando começou a sua relação com os tênis?
drew Sim. Sempre me interessei muito por tênis. Desde jovem, tem fotos de eu bebê ainda, usando Jordans. Minha tia sempre gostou de tênis, e as pessoas da minha família sempre se certificaram de que eu tivesse alguns tênis específicos. Quando cresci e fui para a escola, era uma coisa de status ter os tênis novos, sempre foi algo que eu prestei atenção. No ensino médio eu passei a colecionar tênis – lembro que assim que eu consegui ter o meu carro, eu matei um dia de aula pra dirigir até Boston para ir na Bodega, e essa foi minha primeira experiência indo pra loja.
Eu fui colecionando, sendo fã desse universo e essa paixão foi progredindo. Era uma parte importante da sua identidade ser jovem e ter algo em comum com outros jovens e, para mim, acabou sendo tênis. Os tênis sempre foram um identificador de interesses; antes da internet, se alguém tivesse um certo par de tênis, você poderia dizer “ei, nós gostamos da mesma coisa”.
“No ensino médio eu passei a colecionar tênis – lembro que assim que eu consegui ter o meu carro, eu matei um dia de aula pra dirigir até Boston para ir na Bodega, e essa foi minha primeira experiência indo pra loja.”
Você trabalha na Bodega há 11 anos. Como seu cargo na loja evoluiu ao longo dos anos?
drew Ele mudou muito com o tempo. Comecei como estagiário de marketing e naquela época, eles não tinham redes sociais e ainda não tinham começado o seu e-commerce. O site existia, mas não vendiam nada por lá. Então eu identifiquei isso como algo que eles precisavam melhorar e também como uma forma de me tornar valioso para eles, porque eu entendia de mídias sociais e entendia de internet. Aproveitei a oportunidade e virei o gerente de e-commerce e mídias sociais. Isso se transformou em um cargo de gerenciamento de projetos de relações públicas. Depois de um tempo, começou a se sobrepor com o design, já que eu estava interagindo mais e criando minha própria voz naquele ambiente. E então, eventualmente, eu caí totalmente no cargo de designer.
E quando foi a primeira vez que você teve a oportunidade de se dedicar totalmente ao processo criativo?
drew Foi interessante porque anos antes de ter essa oportunidade na Bodega, percebi que era isso que eu queria fazer. Na Bodega, tinha esses dois grandes designers que eu admirava muito, o Marvin e Randy, os designers originais da loja, e eu pude absorver e aprender muita coisa do que eles faziam. Eu também assisti muitos tutoriais no YouTube para aprender a mexer no Photoshop, Illustrator, e todo esse tipo de coisa.
Ao mesmo tempo, em Providence, meus amigos tavam dando essas grandes festas e eventos, e eu tava me oferecendo para fazer os cartazes deles. Eu realmente não sabia o que estava fazendo, mas eu tava alí, pegando esses trabalhos e me virando. Foi assim que começou.
Um tempo depois, eu comecei minha própria marca de streetwear que ficava na Bodega, e vendeu super bem. Então isso foi uma prova na prática de que eu tinha essa habilidade. Uma vez que abriu a vaga de designer, e não tinha ninguém para preencher o cargo, eles falaram “por que você não assume esse cargo? Você já mostrou que pode fazer isso com sua própria marca”. De certa forma aconteceu organicamente, mas eu também já tinha me preparado para a oportunidade quando ela se apresentou. Foi o estar no lugar certo na hora certa.
“De certa forma aconteceu organicamente, mas eu também já tinha me preparado para a oportunidade quando ela se apresentou. Foi o estar no lugar certo na hora certa.”
Qual foi o primeiro projeto em que você trabalhou como designer na Bodega?
drew Primeiro comecei fazendo as artes para o Instagram, ou designs gráficos que fariam parte de um projeto. Mas meu primeiro projeto foi a coleção de roupas Primavera/Verão 2018 da marca própria da Bodega. Essa foi a primeira vez que eu fiz tudo, coordenando e produzindo. Para calçados, o primeiro projeto que trabalhei foi o Bodega x New Balance 997S ‘No Days Off’. Esse foi definitivamente um grande momento para mim, e pra marca também, porque foi o primeiro New Balance que a Bodega fez. E assim pude dizer “agora eu sou designer de calçados”.
A gente fala que você não precisa necessariamente estudar em uma escola de design, para trabalhar com design. Hoje em dia você pode aprender muita coisa online, você só tem que ir atrás do que você quer saber.
drew Acho que isso é uma grande questão que defendo e comunico no meu trabalho. Pra mim, não é tão profundo. Eu não tenho histórias altamente conceituais o tempo todo, sabe? Às vezes é só porque ficou bom e eu sei que ficou bom. Acho que as pessoas evitam ser tão honestas com os seus trabalhos, elas querem que tudo soe tão grandioso, e eu não sou assim. Além disso, acho que é por isso que as pessoas se interessam e se identificam muito com meu trabalho, principalmente falando tênis, porque tem essa sensação de familiaridade, mas com pequenos detalhes que fazem com que ele seja diferente. E com isso as pessoas podem falar coisas tipo “acho que já vi essa referência em algum lugar, talvez essa paleta de cores seja familiar, mas tem essa outra cor aqui que eu não sei dizer da onde é”.
O que eu faço é apenas uma extensão das minhas preferências, meus gostos, o que eu vejo que a Bodega tem para acrescentar, e o que a marca parceira representa. Eu busco referenciar a herança e a história delas. Todos os meus New Balances favoritos têm algum detalhe em 3M, e isso é meio consistente em todos os seus modelos clássicos – então isso é uma coisa que não importa o que vamos criar para um New Balance, isso vai aparecer em algum lugar no tênis. É engraçado porque, mesmo quando a gente pensa na narrativa dos projetos, muitas vezes isso é algo que vem depois do design – vamos apenas fazer um tênis que seja legal e bonito. Nunca comprei algo só pela história, se eu não achei dahora, eu não compro. Parece meio superficial, mas é assim que funciona para mim e acho que esse tipo de honestidade é algo que muitas pessoas não estão dispostas a demonstrar.
“É engraçado porque, mesmo quando a gente pensa na narrativa dos projetos, muitas vezes isso é algo que vem depois do design – vamos apenas fazer um tênis que seja legal e bonito. Nunca comprei algo só pela história, se eu não achei dahora, eu não compro.”
Podemos perceber que a Bodega tem essa identidade visual muito forte em seus produtos e comunicação de marca. Quando vemos todos os tênis juntos, as cores têm esses tons neutros e terrosos. Qual é o processo para chegar na escolha dessas cores?
drew O que eu mais me esforço é para que o produto final seja usável e se adapte a diferentes tipos de lifestyles. A gente tá de boa aqui e eu estou usando o tênis, mas você pode ver um cara velho indo para a academia também usando o mesmo tênis, e ele não parece um doido.
A maioria dos tênis que já desenhei tem mais de 12 cores, mas todas são muito semelhantes. Tipo, à primeira vista, o tênis é predominantemente cinza, mas são quatro ou cinco tons de cinzas diferentes. Também olho para o tênis por seções, eu olho para o calcanhar e quero que ele tenha todas as cores presentes neste recorte, seja usando uma costura, alguma marca ou uma peça. A questão da usabilidade é o que faz a gente escolher essas cores neutras, porque as pessoas se sentem mais confortáveis em usar um tênis com esses tons, em vez de tons vibrantes.
Minha mãe tem todos os tênis que já criei, e ela usa eles o tempo todo. Ela é uma mulher bem estilosa, com uma certa personalidade no jeito que veste, mas ela não é de usar coisas super chamativas. E sabe, podem estar os dois na mesma sala usando os mesmos tênis, mostrando duas energias totalmente diferentes. Mas se você olhar para a gente, nenhum dos dois parece estar fora do seu lugar, mesmo os nossos estilos sendo tão diferentes. Então esse é sempre o meu objetivo, criar coisas que possam ser usadas todos os dias e que abrange uma variedade de lifestyles.
“A maioria dos tênis que já desenhei tem mais de 12 cores, mas todas são muito semelhantes. Tipo, à primeira vista, o tênis é predominantemente cinza, mas são quatro ou cinco tons de cinzas diferentes. Também olho para o tênis por seções, eu olho para o calcanhar e quero que ele tenha todas as cores presentes neste recorte, seja usando uma costura, alguma marca ou uma peça.”
Estar aqui em Boston e ter andado pela cidade toda, a gente consegue perceber o quanto as cores e toda a estética dos tênis tem uma certa vibe de Boston. Isso é intencional ou apenas coincidência?
drew Eu considero isso um baita elogio porque meu objetivo pessoal é esculpir essa identidade criativa – quero que as pessoas olhem para os tênis e relacionem eles com Boston, mas sem ser muito literal. Essa é outra coisa que tenho dificuldade em trabalhar com certas marcas e tentar transmitir uma linha de pensamento. Pra mim, grande parte do design de um tênis é deixar espaço para o consumidor interpretá-lo da sua própria maneira – é um tipo de energia e eu posso te introduzir a essa energia, mas fica por sua conta como você vai levar isso com você.
Muitas marcas acabam tendo relacionamentos mais fortes com outras lojas e empresas do que com a Bodega, então eles recebem os modelos clássicos com que todo mundo quer trabalhar – mas aí eles vão e fazem tudo da mesma cor. E eu fico tipo “eles não precisavam de você pra fazer isso”. Ou fazendo outra colorway ‘Beef and Broccoli’ – especialmente a New Balance, eles já faziam essa colorway ‘Beef and Broccoli’ lá atrás, eles não precisavam de você para fazer isso de novo. Eu só quero continuar e empurrar as coisas pra frente. Por exemplo, o nosso tênis Hoka, foi um super elogio quando as pessoas falaram “este é o meu primeiro Hoka” ou “eu não ligo muito para esse tipo de tênis, mas vou pegar eles”, é nisso que eu presto mais atenção. Colocamos muito esforço e pensamento para algo realmente diferente do que tem por aí.
Se você olhar para todos os projetos que eu fiz, nos últimos três anos, você sente que eles meio que vêm do mesmo lugar. E acho que isso é um elemento importante do ponto de vista da marca. E, felizmente, acho que é isso que as pessoas querem da gente agora, e eles esperam que seja assim.
“Pra mim, grande parte do design de um tênis é deixar espaço para o consumidor interpretá-lo da sua própria maneira – é um tipo de energia e eu posso te introduzir a essa energia, mas fica por sua conta como você vai levar isso com você.”
E por que de todos os projetos que trabalhou e de todos tênis que você tem, você escolheu falar sobre o Nike x Bodega Footscape Woven Chukka para o seu Kickstory?
drew Esse tênis foi uma comemoração do aniversário de cinco anos da Bodega, e foi por conta disso que eles conseguiram a colaboração. Foi a primeira colaboração com a Nike, e em um modelo intocado que não existia até então, a Bodega estreou a versão chukka do Footscape.
Escolhi esse tênis por muitos motivos. Em primeiro lugar, ele saiu no ano que entrei na Bodega, então pra mim é uma lembrança dessa época. Segundo, eu cresci sempre gostando de Air Max, Air Force, Jordan; e esse tênis foi um gosto e estilo diferente que eu senti que trouxe um amadurecimento em termo de tênis, abriu minha mente para outros tipos de coisas que eu poderia usar, sabe, eu poderia usar esse tênis e ser mais casual. Definitivamente não era um tênis que eu ligava muito antes ou que estava no meu radar. Por estar na Bodega aprendi muito e fui exposto a coisas novas, e esses tênis foram definitivamente uma das primeiras coisas que eu fiquei tipo “uau, que doido”. Eu não sabia muito qual era a dele no começo, mas com o tempo eu adorei. Este Footscape é tão atemporal e nunca vai sair de moda, é muito parecido com um mocassim – é quase primitivo.
Outra razão pela qual gosto deste tênis é que os designers originais da loja, Marvin Byone e Randy Price, que eu sempre vi como irmãos mais velhos e mentores, foram quem projetaram e criaram o tênis – e eles foram as pessoas que realmente me inspiraram a me tornar um designer. Além disso, para o lançamento do tênis, rolou alguns eventos na galeria Fourth Wall, que era um espaço que a Bodega tinha naquela época, e foi quando senti que eu era oficialmente parte da equipe da Bodega. Então, por todas essas razões, esse é o tênis mais importante para mim, com certeza.
“Outra razão pela qual gosto deste tênis é que os designers originais da loja, Marvin Byone e Randy Price, que eu sempre vi como irmãos mais velhos e mentores, foram quem projetaram e criaram o tênis – e eles foram as pessoas que realmente me inspiraram a me tornar um designer.”
Mesmo trabalhando na Bodega, por que você sentiu a necessidade de ter projetos paralelos? E no que você tem trabalhado ultimamente?
drew Eu tento apoiar a comunidade criativa de Boston e Providence o máximo possível através do design, então ofereço meus serviços a todos os diferentes tipos de artistas locais – desde músicos, DJs, planejadores de eventos e marcas locais. Tenho trabalhado com diferentes artistas dessas regiões como o Cousin Stizz, Hil Holla e Avenue. Eu fiz muitas capas de álbuns deles, pôsteres promocionais e tal.
Além disso, o maior projeto ultimamente é o livro – ‘Feels Like Home.’ Começamos a fazer isso três ou quatro anos atrás. No início, eram apenas alguns amigos que se juntaram para criar um livro com a nossa produção criativa – então era uma mistura de fotografia, textos, design gráfico e todas essas coisas, começou bem pequeno. A ideia era ser um recorte da nossa interpretação do que faz a gente se “sentir em casa”, porque, estando nessa indústria, tem eventos onde você precisa viajar e ver as mesmas pessoas o tempo todo, então gerava um certo nível de conforto mesmo estando em outro lugar. Tipo, eu posso estar em Los Angeles pela primeira vez, mas tem um monte de gente da costa leste que eu já conhecia antes. Então queríamos criar algo que documentasse esses momentos, mas que também fornecesse uma plataforma para as pessoas de onde a gente veio, principalmente do nordeste dos EUA – entre Nova Iorque, Boston e Providence.
O projeto continua crescendo, por ter uma base de muitos contribuidores. Já lançamos dois livros e no último tivemos quarenta e poucos colaboradores. Para o próximo, que será lançado até o final deste ano, será uma exploração mais profunda da mesma ideia. Este último foi centrado no que significa “lar” e que torna algo familiar, e o próximo é mais exploratório sobre viagens e como ela te informam. Tipo, quando vocês voltarem para o Brasil, vocês vão trazer alguma coisa daqui, alguma história, vocês vão contar algo como “pessoas em Boston, fazem isso, ou isso é estranho, ou aquela coisa foi legal”, sabe? Para as pessoas que não vivenciaram em primeira mão o que vocês passaram, vocês podem dar uma impressão e uma ideia de como é. Tudo isso é um esforço para ter uma plataforma e um lugar físico que permita às pessoas que de outra forma, nunca teriam essas vivências e possibilidades de ter um material impresso. Esse projeto vem crescendo, tem sido orgânico e as pessoas têm sido super receptivas. Então, vamos continuar levando isso para frente de diferentes maneiras ao longo dos anos e ver onde isso nos leva.
Como o 'Feels Like Home' é estruturado e qual é o seu objetivo com este projeto?
drew Sim, então eu e meu amigo Mike Janey – que trabalhava na Bodega – fazemos toda a direção de arte do livro. E meus amigos Abhi e Sam são as mentes pragmáticas e que fazem a curadoria dos artistas, eles que fazem a organização estrutural do projeto. Eu e o Mikey lidamos com a maior parte da direção de arte, mas temos muitos colaboradores. Temos um coletivo de fotógrafos que mandam suas fotos, onde a gente pode fazer um layout para eles, ou eles podem fazer os seus próprios layouts com as suas fotos; ou designers gráficos que mandam seus próprios spreads completos e a gente não toca em nada. Mas tentamos criar também nossas obras originais, anúncios originais e coisas que voltem à velha identidade e ideia do ‘Feels Like Home’.
Estamos tentando explorar diferentes caminhos de produto e ativação. Como um todo, a gente busca ter esse elemento educacional – é como se fosse um livro didático da nova geração, mas que não é tão chato. É algo feliz, é algo em que você realmente pode se interessar e se identificar. Então esse é o pensamento por trás do projeto. Espero que um dia isso se traduza em construir coisas para crianças, como playgrounds e essas coisas.
Ultimamente tenho tentado me manter ativo na Bodega, mas também fora dela, saca? Teve um momento em que eu estava tão focado, porque finalmente tive a oportunidade de trabalhar como designer, que eu coloquei na cabeça: “preciso maximizar isso e colocar todo o resto de lado”. E foi isso que eu fiz por alguns anos. Mas agora estou começando a sentir aquela vontade de ser um pouco mais independente e ativo fora do meu trabalho.
Nike x Bodega Footscape Woven Chukka
Dono: Drew White
Fotos: Kickstory