Guilherme Match Match

Guilherme Match

Air Jordan Legacy 312 High Air Jordan Legacy 312 High
18—09—2025 Fotos: Gustavo Neves
Guilherme Match
Entrevista Nº 202

Para essa entrevista, a gente foi até Curitiba conhecer de perto o universo do quadrinista e ilustrador Guilherme Match. As fotos ficaram por conta do fotógrafo Gustavo Neves e rolaram dentro da Itiban — uma loja que há anos fortalece a cena de HQs e a publicações independentes.

O Match tem uma trajetória de ilustração longa, passando um bom tempo na publicidade, mas foi nos quadrinhos que encontrou sua verdadeira paixão, com trabalhos já publicados pela editora JBC, como Kophee e o seu último HQ Soundtrack, que fez em parceria com o rapper Rashid. Entre desenhos, histórias e referências, ele também cultiva uma relação especial com os tênis — e para essa entrevista escolheu o Air Jordan Legacy 312 High, modelo que carrega tanto a estética quanto a história pessoal que se misturam no trabalho dele.

“Eu sou o Guilherme Match, moro em Curitiba desde criança. Eu sou quadrinista e ilustrador. Trabalhei muitos anos com publicidade e hoje em dia eu tenho o meu próprio estúdio de ilustração, trabalhando como autônomo e freelancer. Também tenho publicações de quadrinhos e uma editora de livros infantis.”

yohke studio/editora jbc/foco na missão
yohke studio/editora jbc/foco na missão

Qual foi o caminho que te levou à ilustração e aos quadrinhos? Como essa história começou para você?

match Desde criança eu sempre gostei de desenhar, de quadrinhos e de filmes. Quando eu tava no finalzinho do Ensino Fundamental, eu conheci fanzines e trabalhos de outros artistas, quadrinistas que publicavam de forma independente aqui em Curitiba. Nessa mesma época fiz um curso de quadrinhos e comecei a escrever minhas próprias histórias e a publicar meus próprios gibis. Fazia tudo à mão – os quadros, os desenhos, as letras, tudo, e eu vendia pros meus colegas, vendia no sinaleiro na frente da escola. Rapidamente fui pegando gosto por criar os personagens, criar e contar as histórias, e também, “publicar” de forma independente. Eu fazia o original, tirava as cópias, grampeava, e aí eu saía vendendo.

Quando entrei na faculdade de desenho industrial, eu consegui um estágio em um estúdio de ilustração. Logo de cara percebi que eu não queria trabalhar como designer, ou em escritório de design como designer, e continuei investindo na ilustração. Dei um tempo nos quadrinhos e continuei focado só em ilustração. Durante 11 anos trabalhei em uma agência de publicidade como ilustrador, e aí em 2015, depois de 7 anos de hiato longe dos quadrinhos, eu voltei a publicar. Assim rolou uma outra transição – saí da ilustração publicitária para trabalhar com ilustração pra produção audiovisual, storyboard, shootboard, editorial de livros, e também, produzindo meus próprios quadrinhos – criando as histórias, escrevendo, publicando independente ou por editora também.

Em 2022 e 2023, eu publiquei dois quadrinhos pela Editora JBC – o Kophee e o Soundtrack. Nessa minha reaproximação com os quadrinhos, isso voltou a ser um dos meus focos – tanto profissional, como projeto pessoal – pois reacendeu essa minha paixão por quadrinhos. Por coincidência, ao mesmo tempo eu comecei a me interessar e me aprofundar mais no mundo dos tênis. Eu sempre gostei muito de tênis, mas não tinha o apego, o cuidado como colecionador e como entusiasta. Me afastar da publicidade, começar a fazer outras coisas, foi também me deixando mais nerd nos sneakers (risos).

“Em 2022 e 2023, eu publiquei dois quadrinhos pela Editora JBC – o Kophee e o Soundtrack. Nessa minha reaproximação com os quadrinhos, isso voltou a ser um dos meus focos – tanto profissional, como projeto pessoal – pois reacendeu essa minha paixão por quadrinhos. Por coincidência, ao mesmo tempo eu comecei a me interessar e me aprofundar mais no mundo dos tênis.”

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“Soundtrack” foi sua última HQ lançada. De onde surgiu a inspiração de lançar uma história sobre música em um mundo distópico?

match A HQ saiu em dezembro de 2023 e eu fiz em parceria com o MC Rashid. Eu sou muito fã de distopias e de ficções pós-apocalípticas. A história se passa num futuro próximo, numa distopia, onde existe uma tecnologia em que as pessoas podem usar a música como forma de terapia, compartilhando uma projeção do subconsciente. É como se as pessoas estivessem escutando a música e elas são transportadas para o seu mundo interior – o mundo subconsciente dela. Lá ela tá lidando com questões internas dela – traumas, medos, ansiedade, saudade, luto, várias coisas. Em cada capítulo, o protagonista Mayk, um rapper, conduz uma sessão nesse mundo interior. Quase como um terapeuta, Mayk ajuda os personagens a enfrentar seus conflitos — da mesma forma que, no nosso mundo, a música muitas vezes nos auxilia a lidar com eles.

Tem uma brincadeira aí com esse conceito de uma música que foi feita pra você, na qual você se identifica muito. O Rashid e eu criamos juntos a história e os personagens. Depois que decidimos os temas de cada capítulo eu fui pra parte visual e ele mergulhou nos personagens, criando o background de cada um e obviamente, como o protagonista é um rapper, ele escreveu também algumas rimas na história. Os desenhos e os diálogos escritos na história, são meus, mas o projeto criamos juntos. Foi super legal, foi uma experiência bem interessante.

Em cada capítulo, o protagonista Mayk, um rapper, conduz uma sessão nesse mundo interior. Quase como um terapeuta, Mayk ajuda os personagens a enfrentar seus conflitos — da mesma forma que, no nosso mundo, a música muitas vezes nos auxilia a lidar com eles.”

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yohke studio/editora jbc/foco na missão
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Em todo o processo de desenvolver a HQ, qual foi a sua parte preferida?

match Para todos os meus projetos de quadrinhos eu sempre escolho um tênis como o figurino do protagonista. Mas nesse caso, como eu tinha vários capítulos e mundos diferentes, eu consegui escolher vários tênis diferentes (risos), então ele vai mudando de tênis durante a história. Essa parte de combinar, criar os figurinos, os layouts dos personagens, é uma das minhas partes preferidas – criar histórias e personagens.

Foi uma experiência interessante e desafiadora de desenhar os tênis cuidadosamente, para que um sneakerhead bata o olho e fale “caraca, ele tá com o Jordan III!”. E isso acaba me conectando com os leitores, porque muita gente que me segue, também gosta muito de tênis, e aí quando pega os quadrinhos, vê e fala “caraca, você gosta de tênis também, né?”, essa é uma parte que gosto muito. 

O Soundtrack foi um projeto muito importante por ter sido nessa parceria com o Rashid, por ter sido publicado por uma editora incrível especializada em mangá, a JBC, que hoje faz parte do grupo da Companhia das Letras. Inclusive, vários dos meus mangás e autores preferidos, eles que publicaram. Então pra mim é um prazer ter um projeto tão legal, tão grande, com um artista que eu admiro e acho incrível, e com uma editora também que é muito significativa.

Para todos os meus projetos de quadrinhos eu sempre escolho um tênis como o figurino do protagonista. Mas nesse caso, como eu tinha vários capítulos e mundos diferentes, eu consegui escolher vários tênis diferentes (risos), então ele vai mudando de tênis durante a história. Essa parte de combinar, criar os figurinos, os layouts dos personagens, é uma das minhas partes preferidas – criar histórias e personagens.”

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yohke studio/editora jbc/foco na missão
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Você lembra quando começou a sua paixão por tênis? Quando foi aquele momento que você viu um par e deu aquele “clique” especial?

match Eu sempre gostei muito. Um dos vídeos mais legais que tenho de quando eu era criança foi a primeira vez que eu ganhei um Chuck Taylor. Eu fiquei nitidamente eufórico (risos). Meu tio não tinha encontrado um tênis de numeração infantil, então era um tênis bem maior do que calçava. Mas mesmo assim eu usava, e tenho várias fotos de eu criança usando um tênis gigante, parecendo um sapato de palhaço (risos).

Eu gostava muito de basquete por influência do meu tio, que era treinador. Na adolescência, quando eu treinava basquete, eu gostava dos tênis de basquete, mas depois teve uma fase que eu fiquei muito com o All-Star e depois eu passei um pouco para a Vans. Mas Converse foi o tênis que eu mais usava.

Quando eu comecei a trabalhar na agência, a ganhar um dinheiro, daí eu comecei a comprar outros tênis, mas ainda não tinha esse interesse pela história do modelo, materiais, tecnologia dos tênis e etc. Mas aí eu conheci o meu amigo, o Fellipe, que também é designer e sneakerhead. Lembro que a gente ficava trocando ideia sobre os tênis e sempre que eu tinha alguma dúvida sobre um modelo específico, eu perguntava pra ele.

yohke studio/editora jbc/foco na missão
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E aí lembro que o primeiro tênis que me chamou muita atenção foi um adidas Originals Grün Forum Mid, que era da linha da adidas de materiais ecológicos, recicláveis e sustentáveis, ao invés de strap de velcro, ele tinha um botão de madeira. Ele era cheio de detalhes, em tênis, branco, cinza e borracha natural – que é basicamente a minha paleta de cores. Eu fiquei muito apaixonado nesse tênis. Fui pesquisar sobre ele na internet e vi que não ia vender no Brasil. Comentei com o Fellipe e ele me disse que tinha um, e quis saber como ele comprou, onde conseguiu, e foi assim que fui descobrindo mais sobre esse universo do tênis – que tem outros jeitos de conhecer tênis e até comprar os que não vendem nas lojas que frequento aqui, e principalmente, que existe muito mais história por trás dos tênis do que parece.

Quando passei a poder comprar meus próprios tênis, comecei a acompanhar perfis, blogs e canais sobre o assunto, como o SneakersBR e alguns gringos, e isso foi ampliando minha paixão. Nas viagens, era obrigatório passar por cafeterias e lojas de tênis — às vezes comprava algum modelo especial, mas principalmente passei a cuidar melhor deles, limpando, guardando e evitando desgaste. Assim, fui criando uma coleção: antes eu trocava ou passava adiante, mas com o tempo guardei os pares com maior apego. Isso aconteceu nos últimos dez anos, coincidindo com meu casamento e a conquista da minha própria casa. teve fases: no início, muito focado em Adidas, influenciado pelo fórum; depois, mais em Nike, e mais recentemente em Jordan. Essa evolução também veio com maior poder aquisitivo, viagens e acesso à informação, que despertaram um olhar quase nerd para os detalhes — colaborações, materiais, anos de lançamento, reedições — e acabaram me levando cada vez mais fundo nesse universo.

Mesmo com as contas de casa, de casado e de pai, eu fico acompanhando os lançamentos no Sneakernews. Já olho os modelos do ano seguinte, vejo as datas e meio que escolho antes quais eu vou querer comprar, pra não sair comprando sem pensar e não perder o controle, sabe?

Acho que esse é o “problema” de ultimamente, tem tanto tênis e opção que você tem que filtrar bem.

match Embora eu seja muito específico com os modelos de tênis e as cores, então não é todo tênis que lança que eu fico muito pilhado. Até dou sorte porque às vezes lança alguns tênis que eu quero muito, a galera não “hypou” e eu consigo pegar com muita tranquilidade.

Até o Air Jordan Legacy mesmo, é um tênis que tá sobrando um monte. Eu acho um tênis incrível, muito confortável, lindo, e sempre sobra, graças a Deus (risos). O adidas Forum é a mesma coisa, eu gosto muito e sempre tem um monte. Facilita pra conseguir escolher os modelos, ver quais são os tênis que eu realmente gosto e quero ter.

​​E de todos os tênis que você coleciona, porque você escolheu o Air Jordan Legacy 312 High para a sua entrevista do Kickstory?

match Esse tem sido, há muito tempo já, o tênis preferido da minha coleção. Tem outros que eu gosto muito, até que eu uso mais, mas esse Legacy tem algumas coisas que são especiais pra mim: a história e o conceito por trás dele. Esse foi o meu primeiro Jordan, depois que eu comecei a entrar no foco sobre Jordans, pesquisar sobre os modelos e as histórias por trás deles. Quando eu vi esse tênis, percebi que ele tinha pontos de alguns Jordans que eu gosto muito, que tem um design muito bonito, como o I e o III.

Eu vivia fuçando o site da Nike do Brasil e dos EUA pra ver os lançamentos. Ficava pesquisando Jordans, filtrando por cor — porque eu sou chato com isso — até que achei um modelo que nunca tinha visto. Fui atrás da história, curti as características, mas a colorway não vendia aqui. Coincidentemente, o Luiz, que é meu amigo e dono da Supernova Coffee, viajava direto pros Estados Unidos. Eu já tinha feito várias ilustrações pra eles — embalagem, camiseta, copo, pin, um monte de coisa. Na época, eu tava desenhando um copo de papel pra marca e ele ia viajar. Foi justamente no mês em que eu tinha sido mandado embora da agência, em julho de 2019, então não tava comprando nada. Aí pensei: vou fazer uma permuta. Pedi pra ele trazer o tênis e ficar pelo valor do desenho do copo. Ele topou, comprou lá, desmontou a caixa e trouxe tudo completinho pra mim.

Esse tênis é especial não só pelo modelo, mas também por causa dessa história com o Luiz. Além de amigo, ele sempre apoiou meu trabalho, foi um cara que me ensinou muito sobre café — outra paixão minha — e ainda participou do Kophee, meu outro projeto de quadrinhos sobre café. Então esse Jordan acabou sendo o primeiro da minha coleção, com uma colorway que eu acho incrível: esses tons de cinza e a entressola meio envelhecida que eu acho linda demais.

yohke studio/editora jbc/foco na missão
yohke studio/editora jbc/foco na missão

E ele não parece um tênis de 2019.

match É porque o paranóico aqui limpa as solas, guardo eles embrulhados na seda, dentro da caixa, ponho o papel dentro, guardo perfeitamente (risos).

A única coisa é que a borracha está um pouco mais amarelada do que era originalmente, aqui na parte da frente. Fora isso, ele está bem preservado, tem até todas as estrelinhas ainda. Eu tenho essa parada de cuidar, quando tem algum elemento, objeto que eu começo a me interessar muito e querer guardar, eu realmente tenho o cuidado de preservar – desde os meus quadrinhos, meus bonecos, a coleção de crânios de animais, coisas assim. A diferença dos tênis é que você usa no pé pra andar na rua, exigindo um cuidado a mais (risos). Eu uso todos os meus tênis, mas sempre cuidando pra continuar usando por muito tempo.

Como essa ideia de pegar referências de outros artistas e transformar em algo próprio influencia a forma como você cria seus quadrinhos e personagens?

match Eu curto muito essa ideia dele ser um tênis híbrido, de juntar elementos de outros modelos da Jordan para criar algo novo. Isso tem tudo a ver com meu trabalho de ilustração também — como artista, a gente sempre parte de referências, se inspira em outros artistas ou obras para transformar em algo próprio. No mangá rola muito essa noção de legado, quase como uma passagem de bastão: existe a relação entre mestre e aprendiz, de estudar e absorver o trabalho de alguém até dominar aquela linguagem, e a partir disso conseguir criar coisas novas.

Na tradição japonesa, muitos dos autores de mangá começam a sua carreira como aprendizes e assistentes de outros autores, até o momento em que eles conseguem uma certa autoridade na cena para publicar suas próprias obras. Geralmente criam também com referências aos nomes de personagens, elementos, cidades, categorias – vários elementos nas histórias são referências diretas a outros autores que vieram antes deles.

Eu levo isso pra vida, nos meus quadrinhos eu tenho referências diretas a outros autores, artistas e desenhistas que vieram antes de mim, de forma muito clara e sem nenhum receio. Até quando as pessoas falam “teu traço parece muito Akira; os teus personagens, estilo de escrita lembra muito o Taiyō Matsumoto”, pra mim é exatamente isso. Estou copiando mesmo porque faz parte dessa tradição, dessa cultura, de referenciar de forma muito objetiva.

Eu curto muito essa ideia dele ser um tênis híbrido, de juntar elementos de outros modelos da Jordan para criar algo novo. Isso tem tudo a ver com meu trabalho de ilustração também — como artista, a gente sempre parte de referências, se inspira em outros artistas ou obras para transformar em algo próprio.”

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O que te chama atenção no Legacy 312, entre toda a história por trás dele e esse conceito de misturar referências em um único modelo?

match Tem algumas coisas controversas. As primeiras colorways desse Legacy foram atribuídas ao Don C, a Nike “marketou” como se fosse uma criação dele. Mas pesquisando, eu vi que o Don C apenas assinou algumas colorways. Ao mesmo tempo, ele tem o nome “Legacy” é de legado, o “312” é o código de área de Chicago, de onde o Don C também é, então tem esse marketing em cima. 

Mas Independente do marketing, a história é muito boa. A ideia é ser esse tênis que mescla referências e apresenta isso de uma forma muito clara. E curto muito os modelos híbridos – que eu sei que muita gente não gosta – pelo conceito de combinar referências e apresentar isso de uma outra maneira. É algo que pra mim faz todo sentido. Eu acho ele muito mais bonito do que muitos dos Jordans OG, e também da maioria dos outros Jordans que foram lançados depois dele.

yohke studio/editora jbc
yohke studio/editora jbc

Na hora de escolher os tênis pros seus personagens, você vai pelo que você gosta ou pelo que combina com a personalidade deles?

match A maioria dos que eu desenhei hoje são tênis que eu gosto. Geralmente eu penso no que tem a ver com o personagem, no que combinaria com o personagem, ou com a situação. Por exemplo no Kophee, a história se passa no decorrer de cinco dias. Cada dia ele tá usando uma roupa diferente, e no pé, o mesmo Nike Air Force 1; já a barista da história usa um adidas NMD, como ela fica o dia inteiro de pé, faz sentido ela usar um tênis muito confortável.

No caso do Soundtrack, como o personagem é um rapper, que já vem essa relação dos tênis com a cultura hip-hop, e fazia muito sentido um rapper ter vários tênis. Quando ele tá na projeção do mundo interior, ele projeta a aparência dele do mundo interior, então ele tá calçando o tênis que ele quiser quando no mundo imaginário. Por isso que usei tênis diferentes nessa história. Eu penso no porquê do tênis – qual é a característica dele no mundo real e como posso usar isso na história de um jeito que faça sentido.

Quando ele tá na cena do deserto, as referências de figurino para os personagens são roupas que lembram bastante a primeira coleção do Kanye, então eu coloquei ele usando um Yeezy. Como ele tá nesse universo meio cyberpunk, faz todo sentido que ele esteja com esse tênis.

Air Jordan Legacy 312 High
Dono: Guilherme Match
Ano: 2024
Fotos: Gustavo Neves

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