Jason Mayden Jason M.

Jason Mayden

Air Jordan XVII Mule Air Jordan XVII Mule
19—04—2023 Fotos: Kickstory
Jason Mayden
Entrevista Nº 188

No icônico Coupa Café em Palo Alto, conversamos com o designer, empreendedor e educador Jason Mayden. Ele compartilhou de como a sua jornada foi de uma infância na zona sul de Chicago até ser o primeiro estagiário da Jordan Brand e desenhar tênis para o Michael Jordan, como o Air Jordan XVII Mule. Um tênis que mudou sua vida e representa todo o seu trabalho duro e o quanto ele acreditou no seu próprio talento. Isso levou ele a uma carreira incrível dentro da Nike e Jordan, desenhando tênis para grandes atletas e silhuetas icônicas, como o Air Monarch.

Jason enfatizou a importância de ser diferente e investir em si mesmo. Ele também explicou de onde veio sua inspiração para a Super Heroic, uma marca de tênis infantis que criou depois de deixar a Nike, e a sua missão de construir crianças mais fortes em vez de consertar adultos quebrados. Mayden também falou sobre seu novo livro, “A Kids Book About Design”, e a urgência de dar às crianças as ferramentas para tornar o mundo o lugar melhor que as pessoas tanto falam.

Essa entrevista com Jason reforçou mais uma vez que tudo isso é sobre as pessoas. Como o tênis é só esse objeto que nos fez viajar pelo mundo só para conhecer e ouvir histórias incríveis sobre as pessoas. Obrigado Jason pelo carinho e valor que mostrou com o nosso trabalho, e pelas histórias incríveis e palavras inspiradoras. Vamos continuar fazendo isso ser divertido.

“Meu nome é Jason Maiden. Sou um polímata, ou o que chamamos de alquimista cultural – o que significa que eu sou designer, empreendedor e educador. Estamos sentados, conversando, em Palo Alto na Califórnia, em frente ao Coupa Cafe, que é um local mundialmente famoso para startups. Empresas que receberam investimentos gigantescos, começaram todas aqui. Facebook, Google, em algum momento eles sentaram por aqui, e falaram sobre seus sonhos e oportunidades, e é por isso que eu quis estar aqui com o Kickstory, porque vocês serão tão grandes quanto essas empresas. Então por sentar aqui nesse local, vocês podem levar um pouco da magia do Coupa Cafe com vocês.”

Nossa, muito obrigado pelas palavras. Você nasceu e cresceu em Chicago, e muitas pessoas incríveis e talentosas vieram de lá. Como a cidade de Chicago te formou como pessoa e designer?

jason Existe uma razão muito específica para isso. Chicago é uma cidade que foi fundada por Jean Baptiste Point du Sable, um imigrante haitiano. Além disso, é a única cidade dos Estados Unidos, que eu saiba, que ainda tem uma cultura muito dominante, empreendedora e curiosa, porque tivemos a vantagem de ter um fundador que era negro, de um país que tinha um espírito rebelde – o Haiti derrotou a França, eles lutaram e conquistaram a liberdade. Então ele trouxe essa mesma energia para Chicago. Quando você vê as pessoas de lá, nós temos esse espírito de cultura guerreira.

É também a casa da Bauhaus. Quando eles deixaram a Alemanha nazista, eles vieram para Chicago e fundaram o Illinois Institute of Technology, que agora é considerado a nova Bauhaus. Por que isso é importante? Você pega esse espírito trabalhador, guerreiro, e o combina com os princípios de design moderno da Bauhaus. Você junta isso com pessoas que são ativistas como Fred Hampton ou Harold Washington, o primeiro prefeito negro de Chicago.

Não poderíamos ter nada menos do que grandes personalidades e convicção naquilo que acreditamos. Em qualquer lugar que você cresce na cidade, você é lembrado das suas possibilidades, do seu poder, e é por isso que eu acredito que Chicago está sempre sob ataque – porque a cidade produz pessoas poderosas. Você tem que ter a cidade em conflito para evitar que surja uma nova voz de uma nova geração que possa levar as pessoas  em um caminho diferente. Você vê isso na arte, na música, na política, tem alguma coisa no ar de Chicago que dá às pessoas confiança para serem elas mesmas. Então, eu sou grato porque, embora minha família seja extremamente diversificada, nossas raízes são de uma cidade tão poderosa e significativa.

tivemos a vantagem de ter um fundador que era negro, de um país que tinha um espírito rebelde – o Haiti derrotou a França, eles lutaram e conquistaram a liberdade. Então ele trouxe essa mesma energia para Chicago. Quando você vê as pessoas de lá, nós temos esse espírito de cultura guerreira.”

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Quando cheguei à Nike e conheci o Sr. Knight e o Sr. Jordan, eles perceberam que eu tinha um set de habilidades e os dois me encorajaram a continuar nesse caminho. Eu realmente nunca fiquei em um lugar só. Quando trabalhava na Jordan Band, eu fiz rodízio na empresa toda – trabalhei na cadeia de suprimentos, finanças, marketing de marca, e tudo porque eu era curioso. Chegou um momento que eu percebi que eu precisaria conhecer essas disciplinas se eu quisesse ter a minha própria empresa.”

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Hoje você não é apenas designer, mas também um empreendedor, professor, e uma pessoa criativa no geral. De onde veio todo esse impulso criativo e teve alguém em particular que você admirava?

jason Nos Estados Unidos houve um evento chamado a “Grande Migração”. Foi o maior movimento de pessoas do Sul para o Norte nos tempos modernos, e uma quantidade predominante dessas pessoas eram negras. Quando se mudaram para cidades como Chicago, eles vieram como empreendedores porque não conseguiam empregos, então abriram empresas. Minha família veio e construiu igrejas, abriram seguradoras, pontos de táxi, venderam cigarros, fizeram de tudo. Então eu já tinha na história da minha família esse espírito empreendedor.

Quando cheguei à Nike e conheci o Sr. Knight e o Sr. Jordan, eles perceberam que eu tinha um set de habilidades e os dois me encorajaram a continuar nesse caminho. Eu realmente nunca fiquei em um lugar só. Quando trabalhava na Jordan Band, eu fiz rodízio na empresa toda – trabalhei na cadeia de suprimentos, finanças, marketing de marca, e tudo porque eu era curioso. Chegou um momento que eu percebi que eu precisaria conhecer essas disciplinas se eu quisesse ter a minha própria empresa. Eu não tinha ego, fazia muitas perguntas e me permitia errar sempre. As pessoas têm medo do fracasso, eu não. Na verdade, eu gosto disso, porque posso aprender algo que outras pessoas talvez nunca aprendessem.

Aos 7 anos eu fiquei doente, e lembro de tá no hospital e me perguntar como seria minha vida se eu crescesse. E quando você tem que pensar na sua vida toda, sendo uma criança de sete anos, você não perde tempo, você vive cada sonho que tem na sua mente – então eu queria me tornar esse cara aqui. Essa história em quadrinhos que eu trouxe, não é exatamente a original, mas quando eu tava no hospital, eu li Batman 307. A história tinha o Dr. Lucius Fox, o homem negro que fazia os dispositivos e acessorios para o Batman, e decidi que queria ser como ele. Durante toda a minha vida, tentei ser como o cara dessa história em quadrinhos.

E por que ele é tão importante? Porque ele era engenheiro, ele também era o CEO da Wayne Enterprises, ele gerenciava o Batman e todo o conglomerado do Bruce Wayne. Ele fazia todos os gadgets para o Batman, convenceu a família Wayne a devolver dinheiro para a comunidade – levando ele para o caminho da filantropia. Ele era tudo o que eu gostaria de ter sido quando criança, porque ele não tinha superpoderes, ele era apenas criativo e confiante. E eu pensei “eu poderia fazer isso”. Então eu fingi que o Michael Jordan era meu Bruce Wayne, e eu viria a ser o Lucius Fox, e eu faria os “gadgets” para o Michael assim como o Lucius fazia para o Batman.

Quando deixei meu trabalho na Nike, senti que era importante continuar com a busca de me tornar o Lucius Fox, pra que eu pudesse inspirar outras crianças a se tornar quem deveriam se tornar, ou mais importante, ajudar meu próprio filho a ver a si mesmo como confiante, e capaz de fazer tudo o que ele sonhasse. Pra mim, o empreendedorismo não é realmente um trabalho, é mais um estilo de vida. Tenho que construir coisas para me sentir feliz.

Ele era tudo o que eu gostaria de ter sido quando criança, porque ele não tinha superpoderes, ele era apenas criativo e confiante. E eu pensei “eu poderia fazer isso”. Então eu fingi que o Michael Jordan era meu Bruce Wayne, e eu viria a ser o Lucius Fox, e eu faria os “gadgets” para o Michael assim como o Lucius fazia para o Batman.”

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E como você se interessou por design?

jason Acho que foi o design que entrou em mim e não eu que entrei no design. Eu sou o que é conhecido como neuro divergente, ou seja, pessoas que estão em um espectro de inteligência – as pessoas dizem espectro do autismo. Pessoas com autismo, Asperger e neuro divergentes são uma forma de inteligência nesse espectro. Pra mim, como isso aparece, é essa extrema curiosidade e criatividade, mas também na memória – lembro de um monte de coisas aleatórias. Eu sempre misturava as coisas e criava novas ideias de informações aleatórias.

No meu último ano no ensino médio, eu ouvi a palavra “design” pela primeira vez. Até então, achava que eu tinha que ser engenheiro. Sempre me ensinei engenharia mecânica e elétrica, fui me ensinando a fazer engenhocas, rádios, carros, relógios e televisões, eu desmontava tudo e montava de novo. 

Acabei descobrindo o design depois de já ter decidido fazer engenharia e ter seguido esse caminho. Meu portfólio era horrível porque eu não sabia o que era design, eu tinha praticamente só ilustrações. Mas foi depois do primeiro ano que acabei reprovando em muitas aulas e tendo muita dificuldade, que percebi o quanto eu adorava o design. Mesmo sendo difícil, a frase: eu me recuso a desistir, era o que eu pensava o tempo todo.

É por isso que digo que o design entrou em mim – me deu um propósito, permitiu que eu me sentisse normal. Na escola eu nunca me senti normal porque não pensava, nem parecia, nem agia como as outras pessoas. E quando você se sente anormal, a única coisa que você tem é a sua imaginação. Na minha cabeça, eu tava com todas essas pessoas que eram como eu por causa dos quadrinhos. Eu era um mutante na história em quadrinhos. Foi só quando entrei na escola de design que conheci outras pessoas como eu, e percebi que eu fazia parte de uma tribo maior. Fiquei feliz por finalmente conhecer essas pessoas.

É por isso que digo que o design entrou em mim – me deu um propósito, permitiu que eu me sentisse normal. Na escola eu nunca me senti normal porque não pensava, nem parecia, nem agia como as outras pessoas. E quando você se sente anormal, a única coisa que você tem é a sua imaginação.”

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O que inspirou sua paixão por tênis e como isso impactou sua vida?

jason Tênis sempre foi a minha paixão. Quando eu era adolescente, eu não tinha dinheiro para comprar tênis e um carro estava fora do meu alcance. Onde eu cresci, se alguém tivesse um carro… era um sonho. O tênis era o nosso veículo e então, depois da escola, eu ficava na frente da Foot Locker desenhando tênis todos os dias. Eu não tinha dinheiro, então desenhava e guardava as fotos no bolso. Se alguém perguntasse “você viu o último Jordan? Você conseguiu pegar?” Eu falava: “Sim, consegui. Eu tenho um sketch do tênis.” Na real eu não menti, só não contei toda a verdade (risos).

Percebi também que não importa para onde você tá no mundo, se eu falar para uma pessoa “curti o seu tênis”, você pode fazer um amigo, pode conhecer alguém. É o único produto que você pode fazer isso, especialmente se você ver alguém com um par de tênis raro e conhecer a história dele, há uma conexão imediata e uma experiência compartilhada. Não dá para fazer isso com mais nenhuma outra coisa, não tem outro objeto que você tenha esse tipo de comunidade. Então, sim, o tênis foi uma forma de eu encontrar pertencimento e é por isso que eu amo isso tanto. É uma profissão incrível.

Percebi também que não importa para onde você tá no mundo, se eu falar para uma pessoa ‘curti o seu tênis’, você pode fazer um amigo, pode conhecer alguém. É o único produto que você pode fazer isso, especialmente se você ver alguém com um par de tênis raro e conhecer a história dele, há uma conexão imediata e uma experiência compartilhada.

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Como foi sua experiência na faculdade e como você começou a desenhar tênis?

jason Eu só conhecia o nome Tinker Hatfield. Eu não sabia como ele era, não sabia nada sobre ele além de que ele desenhava os tênis para Michael Jordan. Acabei tendo que fazer minha própria especialização na faculdade. Algumas pessoas estagiaram na Nike, mas ninguém realmente me disse como chegar lá. Foi tudo por conta de ir atrás e descobrindo – escrevi cartas, me candidatei três vezes, fui rejeitado duas vezes, mas fui aceito na terceira vez.

Tive um professor chamado Peter Shoux, que me permitiu criar meu próprio curso – estudei biomecânica, cinesiologia, fisiologia e anatomia. Estudei como o corpo humano funciona em movimento, em uma universidade do outro lado da rua da minha. Estudei desenho industrial lá e meu professor me deixou fazer o que se chama de “estudos independentes”, onde eu montei meu próprio curso. Com isso comecei a desenhar tênis, criando meus próprios produtos e apresentações. A College for Creative Studies passou a ser quase como um sistema para entrar na Nike, adidas e Reebok. Fui o primeiro que realmente se esforçou para atrair mais pessoas para essas empresas e acho que, desde que me formei, a CCS provavelmente colocou 60 designers de calçados trabalhando na área, e antes disso foram apenas três. A maioria desses designers que conseguiram empregos foram mulheres e mulheres negras, o que é incrível porque esta indústria precisa de mais mulheres, tem homem suficiente. (risos)

Eu diria que a CCS é uma das escolas que mudou a cara do design de calçados, e muito disso veio de pessoas como eu sempre se metendo em encrenca por gostar tanto de tênis, porque não era legal em 2000 querer desenhar tênis, você era ridicularizado, as pessoas achavam que era um trabalho que ninguém queria. Todo mundo queria projetar carros – você ia pra a escola de design para projetar carros ou ir para Hollywood, trabalhar em um set de filmagem de Guerra nas Estrelas. Agora é o motivo número um para as pessoas irem para a Escola de Design (risos).

Você lembra quando começou a sua paixão por tênis? Quando foi aquele momento em que você viu um par e deu aquele "clique" especial?

jason O primeiro par de Jordans que consegui comprar foi o Air Jordan X, quando Michael Jordan se aposentou. Eu já tinha outros Nikes, mas nunca consegui comprar um Jordan. Meu tio me deu um dinheiro e fomos a uma loja em Chicago chamada Marshall Field’s. Lá eles tinham todas as cores do Air Jordan X, as mais aleatórias – nas cores do Celtics, do Bulls, foi incrível. Acabei pegando o preto e branco – o Beetle Juice.

Eu usei aquele tênis até não caber mais neles e foi a primeira vez que me senti conectado ao Michael através do seu produto, porque eu via ele na TV já que não tinha dinheiro para ir nos jogos do Bulls. Quando eu era criança, só vi ele jogar ao vivo duas vezes, porque ganhamos os ingressos. Ter o produto na mão, poder tocar e estudar ele, fez meu sonho ser algo real, porque naquele momento eu disse “alguém fez esse tênis e esse alguém poderia ser eu. Por que não pode ser eu?”. Eu mantive aquela imagem na minha mente que um dia seria eu fazendo aqueles tênis.

Mas a primeira vez que me apaixonei por um Jordan foi o Air Jordan IV. Na segunda série, uma menina da minha sala tinha o IV Military Blue e eu fiquei olhando para os pés dela, mas a professora achou que eu estava olhando para a bunda dela. Acabei me ferrando só porque eu estava olhando os tênis dela (risos). A professora não entendia o porque eu tava olhando tanto para o tênis da menina. Mas eu lembro claramente de pensar “eu amo tanto tênis que estou disposto a me ferrar por conta deles”. Esse tem que ser o meu trabalho, isso tem que ser o que eu vou fazer da minha vida.

Ter o produto na mão, poder tocar e estudar ele, fez meu sonho ser algo real, porque naquele momento eu disse ‘alguém fez esse tênis e esse alguém poderia ser eu. Por que não pode ser eu?’. Eu mantive aquela imagem na minha mente que um dia seria eu fazendo aqueles tênis.”

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Quando criança, você realmente gostava de Jordan. Anos mais tarde, você teve a oportunidade de trabalhar com o próprio Michael na Jordan Brand, e até desenhar um tênis da sua linha. Como foi tudo isso para você?

jason Cara, isso mudou minha vida. A primeira vez que conheci ele eu tinha 19 anos. Eu chamo de Sr. Jordan porque ele pagou para eu ir para Stanford, e eu respeito muito ele pelo quanto ele investiu em mim. Quando eu tinha 14 anos, vi meu amigo levar um tiro na minha frente, e por causa disso, depois da escola, como todo mundo tinha medo de ir a pé para casa, eles diziam para a gente ir para outro lugar, e depois voltar para casa. Então eu ia até uma Foot Locker e ficava lá desenhando tênis.

Agora, imagina cinco anos depois desse evento, estou diante da pessoa de verdade, que admirei minha vida inteira. Foi a melhor experiência que já tive porque me fez sentir que, independentemente do que passei, meus sonhos são possíveis. Independentemente de onde eu venho, meus sonhos são possíveis, independentemente de minha aparência, meu sonho foi possível. Eu não tinha dinheiro. Eu não tinha uma família famosa. Eu só tinha um um amor incondicional de meus pais. E eu acreditava muito em mim mesmo. Foi assim que cheguei à Nike. Eu não tinha nenhum contato, nenhuma conexão.

Quando cheguei lá, o Sr. Jordan me fez uma pergunta. Ele literalmente perguntou: “Como você chegou aqui?” E pensei que ele queria dizer se eu fui de escadas ou de elevador. Eu disse “peguei o elevador”. E ele, “não, não. Como você chegou aqui em Oregon, na Jordan Brand? Eu sei de onde você vem, eu conheço seu bairro”. O mais louco é que minha mãe fez o ensino médio com a ex-mulher dele, então ele conhecia o bairro de onde eu vim. Ele ficou muito surpreso e impressionado com o fato de alguém ter vindo daquele bairro e chegado à Jordan como estagiário de design, porque eu fui o primeiro estagiário de design da Jordan.

Foi uma benção, e foi aí que eu soube que ser diferente era a coisa certa, e ser esquisito era legal. Gostar de tênis não era uma coisa ruim. E sou grato por eles terem me dado uma chance porque, se não fosse por ele, eu não sei se estaria nesta indústria. Ainda fico incrédulo com isso. Eu tive a chance de apresentar o Larry Miller em Stanford, ele era o ex-presidente da Jordan Brand. Ele e o Michael Jordan foram as duas primeiras pessoas que conheci quando cheguei lá e eles viram meu potencial. Os dois sabiam do bairro que eu vinha e me ensinaram muito, é literalmente por causa deles que estou na posição que estou hoje. É muito louco.

“cinco anos depois desse evento, estou diante da pessoa de verdade, que admirei minha vida inteira. Foi a melhor experiência que já tive porque me fez sentir que, independentemente do que passei, meus sonhos são possíveis. Independentemente de onde eu venho, meus sonhos são possíveis, independentemente de minha aparência, meu sonho foi possível. Eu não tinha dinheiro. Eu não tinha uma família famosa. Eu só tinha um um amor incondicional de meus pais. E eu acreditava muito em mim mesmo. Foi assim que cheguei à Nike.”

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Você foi o primeiro estagiário da Jordan Brand e construiu uma carreira na empresa. Como foi esse processo?

jason Meu objetivo como estagiário era que as pessoas achassem que eu era um funcionário contratado, antes que o meu estágio terminasse. Muitos estagiários que vão para essas grandes empresas querem ir nas festas e sair com o pessoal. Eles acham que é tudo divertido. Eu levei meu trabalho muito a sério, eu queria que as pessoas achassem que eu tinha sido efetivado pela Nike e não apenas por alguns meses. Eu não ia nas festas, não saía, trabalhei muito mesmo naquele período de quatro meses.

Tanto que acabei tendo um tênis meu produzido, uma versão do Air Jordan XVIIs. Então imagina, eu não tinha dinheiro para comprar um Jordan e durante o meu estágio, eu fiz um Jordan que foi para a produção, e ele me contratou no final do meu estágio. No meu último ano na faculdade, eu ainda conseguia trabalhar para eles, projetar produtos, e muitos dos designers mais jovens dessa indústria, que hoje são bem conhecidos, vinham no meu dormitório e eu mostrava para eles que, mesmo nos primeiros anos da faculdade, era possível você entrar na Nike.

E a partir daí, eu me formei e fui para a Nike de vez. Desenhei o Air Monarch como meu primeiro tênis assim que saí da escola, e também fiz um monte de logos para os atletas. E então voltei para a Jordan e você sabe, o resto é história. Levamos a marca de US$ 150 milhões para agora que vale US$ 4 bilhões. Trabalhamos muito duro, mas conseguimos.

E por que de todos os tênis que você tem e de todos que você desenhou, você escolheu especificamente o Air Jordan XVII Mule para sua entrevista com o Kickstory?

jason Porque eu quero que as pessoas que lerem isso vejam que eu não sou diferente delas. Não sou diferente de uma criança que cresceu em uma favela no Brasil. Eu sou da zona sul de Chicago, nunca pensei que seria capaz de fazer algo com minha imaginação que depois eu pudesse segurar fisicamente. Não achava que fosse possível.

Então eu trouxe este tênis porque quero que as pessoas vejam que essa é uma manifestação de anos de sacrifício e de acreditar em mim mesmo. Ninguém me deu isso, ninguém me deu nenhuma oportunidade. As pessoas só me viram investindo em mim mesmo. Então, quando lerem essa história, não quero que pensem que minha vida foi perfeita e que eu tinha e fiz todas as coisas certas, eu não fiz. Eu fazia coisa errada quando era criança, as crianças me zoavam. Eu era ótimo na escola, mas de onde eu vim isso não era necessariamente bom. Nunca pensei que passaria dos 16 anos, então aos 19 anos, desenhei um produto que vi atletas profissionais e meus heróis usando. Cinco anos antes, vi alguém quase perder a vida, então só quero que saibam que é aqui que tudo começa. Foi aqui que tudo começou para mim. Não é nada do que estou fazendo agora, todos os prêmios e popularidade, isso não importa. Porque quando fiz este tênis, eu não fazia ideia do que seria o meu futuro. Eu só sabia que não seria uma vítima em Chicago. Eu sabia que não seria isso.

E nunca imaginei que teria feito todas as coisas que fiz por causa desse desenho. Eu fiz esse sketch em 20 minutos. Apresentei para o Phil Knight e à equipe da Jordan Brand, eles adoraram a ideia e isso mudou minha vida. Consegui um emprego na Nike por causa desse tênis.

Esse é o sample de confirmação original, isso faz quase 20 anos. Naquela época, eles me colocaram para desenvolver alguns projetos e meio que ajudar com trabalhos aleatórios. Mas o Wilson Smith, o primeiro designer de calçados negro da indústria, estava terminando o Air Jordan XVI e já trabalhando no Air Jordan XVII. Eu só falei para ele: eu tenho uma ideia – a maioria dos atletas não gostam de mostrar os dedos do pés no vestiário porque os pés deles estão inchados. Fiz esportes a vida inteira e sei que quando você tira a sua meia, as suas unhas podem estar machucadas e quebradas. E a maioria dos atletas não querem mostrar os dedos dos pés, e o Michael não queria mostrar os dedos dos pés. Eles não podiam sair usando os chinelos de banho, então eu disse “e se fizéssemos um tênis de recuperação pós-jogo que se parecesse com o Air Jordan normal?”

Eles jogam de Jordan na quadra, depois no vestiário durante as coletivas, eles podem colocar algo que é familiar ao pé, e assim, o pé não precisa “mudar” do que já está acostumado. É o mesmo nível de amortecimento, a mesma largura, a única diferença é que cobre os dedos e permite que o calcanhar deslize para dentro e para fora. Minha tese era que você pode recuperar o pé mais rápido após o jogo. Não sei se isso era de fato o que acontecia até porque eu só tinha 19 anos, mas o tênis esgotou. E  se tornou o tênis pós-jogo mais procurado.

Também pensei nesse design para pessoas que trabalham em ambientes profissionais, que querem usar um tênis casual, mas não querem usar  um tênis de basquete de jogo. Isso era uma alternativa. É como se fosse algo mais lifestyle, e não necessariamente de basquete, era um híbrido. E isso tudo foi antes de existir o que hoje seria o Sportswear, a gente já estava fazendo isso em 2001, a mais de 20 anos atrás.

É a primeira vez que conto esta história. Vocês vão ter essa entrevista exclusiva porque acabei de encontrar este tênis, ele tava escondido na prateleira, encontrei sem querer porque eu tava mexendo algumas coisas do lugar. Eu falei, é esse o tênis! É sobre ele que quero falar.

“Nunca pensei que passaria dos 16 anos, então aos 19 anos, desenhei um produto que vi atletas profissionais e meus heróis usando. Cinco anos antes, vi alguém quase perder a vida, então só quero que saibam que é aqui que tudo começa. Foi aqui que tudo começou para mim. Não é nada do que estou fazendo agora, todos os prêmios e popularidade, isso não importa. Porque quando fiz este tênis, eu não fazia ideia do que seria o meu futuro. Eu só sabia que não seria uma vítima em Chicago.”

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Você está na indústria de tênis há bastante tempo, e trabalhou de perto com tênis todos os dias durante grande parte da sua vida. O seu relacionamento e como você se sente em relação ao tênis, mudou desde quando você era criança e desenhava tênis?

jason Sim, acho que como qualquer coisa que passa de um hobby para um trabalho, ao longo do tempo, a paixão vai desaparecendo. Você começa a lidar com a política da coisa, e quando eu era criança não sabia dessa política toda da cultura corporativa, eu só queria desenhar tênis. Por um período de tempo, eu intencionalmente deixei a indústria de calçados e mergulhei no capital de risco e tecnologia, fiz de tudo. Procurei a coisa mais distante possível porque eu queria reencontrar a minha paixão por tênis de novo, queria voltar a amar isso como fã, não como empregado ou empresário.

Agora posso amar e apreciar como fã e realmente contribuir como criador, ajudar no futuro como inovador, professor e pesquisador. É quase como um segundo relacionamento, é como se fosse minha segunda vez casado com tênis (risos), me divorciei na primeira vez, não deu certo. (risos)

Já entrevistamos muitas pessoas e podemos ver realmente as diferentes maneiras como as pessoas interagem com tênis, então é legal ter alguém fazendo isso de maneira sincera.

jason Isso não pode deixar de ser especial, cara, temos que manter isso divertido. É para ser divertido. Não sei quando ficou tão sério, e quem deixou essas pessoas entrarem? (risos). Assim como colecionar histórias em quadrinhos, colecionar Pokémon, seja o que for, tênis nunca foi feito para ser algo cool. Era para ser algo que você ama – e se você gostasse muito, os seus amigos iam gostar também, vocês trocariam idéia sobre, isso sim é cool.

Isso nasceu de pessoas que não tinham muito dinheiro, então os tênis eram um símbolo do seu valor próprio, eles eram valiosos porque tinham esses tênis dentro da sua comunidade. Eles não tinham joias e nem carros, eles tinham um objeto no corpo que dava um propósito, que fazia eles se sentirem vivos. Era especial, hoje em dia é só o que te faz ser colocado para dentro das festas.

No final do dia, é sobre as pessoas, o tênis não vai para nenhum lugar se ninguém tiver usando. Então quem tá realmente no comando é a pessoa ou é a empresa? São as pessoas, se você não acredita nessas empresas elas não existem. Mas a gente permite que as empresas nos falem o que é legal, nos falem como devemos nos sentir sobre nós mesmos, elas falam para a gente se sentir desesperado e triste se não conseguirmos um produto. Por que colocamos nosso valor nas mãos de uma corporação que só quer que a gente se desespere, para que a gente possa comprar um tênis todo sábado? Isso é idiota.

As empresas precisam respeitar o fato de que às vezes as pessoas podem economizar dinheiro por anos, apenas para comprar um par de tênis. Isso vai ser o objeto preferido delas e que vão ter durante a maior parte da sua vida. E isso é importante. Não é moleque que pode comprar 15 pares de cada lançamento. Eu não poderia ligar menos para essas coisas. Eu me preocupo com a criança no Brasil que está vendo isso na internet, economizando dinheiro durante anos para comprar um tênis – essa é a pessoa que eu quero ajudar e inspirar. Porque eu sei como é isso. Isso era eu. Não sei, eu sou um purista dessa cultura, porque eu ajudei a construí-la.

“Não é moleque que pode comprar 15 pares de cada lançamento. Eu não poderia ligar menos para essas coisas. Eu me preocupo com a criança no Brasil que está vendo isso na internet, economizando dinheiro durante anos para comprar um tênis – essa é a pessoa que eu quero ajudar e inspirar. Porque eu sei como é isso. Isso era eu. Não sei, eu sou um purista dessa cultura, porque eu ajudei a construí-la.”

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Você deixou a Jordan Brand para abrir sua própria empresa – a Super Heroic. O que te levou a tomar essa decisão, e o que te inspirou a criar uma marca de calçado infantil?

jason Foi muito simples. Eu comecei a empresa porque senti que as crianças precisavam de um design mais intencional. A maioria dos produtos feitos para crianças eram silhuetas adultas encolhidas. E mesmo hoje em dia, os produtos que são feitos para crianças ainda não necessariamente inspiram eles da maneira que deveriam. Ainda é transacional, onde você compra o tênis e eles querem que você faça alguma coisa.

Mas a Super Heroic tinha a proposta de mudar um pouco a mentalidade das crianças e como elas olhavam para si mesmas. Meu filho passou por um problema de saúde e isso afetou muito a sua confiança em si mesmo. E eu lembro como era essa sensação. Então, usando a analogia de um super-herói, e como os super-heróis têm alter egos, e nossos alter egos geralmente são pequenos ou frágeis. Mas eles se transformam em seu eu super-heróico. É isso que eu quero que as crianças sintam quando calçarem nossos tênis. Eles não eram mais o pequeno Jason, que ficava doente o tempo todo, eles eram o super Jason. E o super Jason podia fazer coisas que o Jason normal não podia. E isso é realmente o que motivou a empresa. Quero que as crianças se vejam como uma super versão de quem são. Eles não são aquela criança pequena, ou a criança grande, ou a criança magra. Eles são exatamente o que deveriam ser, são perfeitos exatamente do jeito que são.

Nosso produto foi criado para incentivá-los a serem 100% quem são, e não tentar ser o que a sociedade diz que é legal. Seja sua própria versão do que é legal. Infelizmente, a indústria fez um trabalho muito bom de criar uma perspectiva única sobre quem é considerado influente e quem é considerado importante. A maioria das pessoas nunca serão como essas pessoas que colocamos em pedestais nesta indústria, porque nascem com uma ótima genética, tem 1,95m de altura, praticam esportes, essas são coisas que as pessoas comuns não vão conseguir fazer porque tá na sua genética, mas todo mundo pode ser criativo, corajoso, todos podem ter ética e moral. Eu acredito que é melhor e mais importante inspirar esses comportamentos do que inspirar alguém a ter um arremesso melhor. Quer dizer, a criatividade é o meu arremesso e é nisso que quero que as pessoas se concentrem. Foi por isso que fiz a Super Heroic, para criar uma nova conversa sobre como é ser um herói.

O produto é muito legal com uma bela mensagem por trás dele. Toda a experiência de abrir a caixa com o som, a capa. Você projetou tudo sozinho?

jason Sim, sou eu e meus filhos fazendo o barulho inclusive. Desde a história em quadrinhos até a embalagem, desde o sourcing na Ásia até o design do produto, obviamente você tem uma equipe, impossível fazer tudo sozinho. Mas nos primeiros seis meses da empresa, antes que eu pudesse contratar alguém, criei 10 endereços de e-mail diferentes e eu era todas as 10 pessoas. Eu fingi ter uma equipe e me copiava nos emails. Eu respondia de outra conta e como as pessoas assumem que uma conta de e-mail está vinculada a uma pessoa, ninguém nunca me perguntou se era só eu. E com o tempo, acabei contratando uma pessoa para cada um desses e-mails.

Antes que alguém acreditasse na minha visão, tive que criá-la, porque a Super Heroic não era uma empresa de calçados. Era uma empresa de entretenimento e brincadeiras que usava tênis e roupas para fazer as crianças se mexerem. Nunca foi realmente sobre os tênis. E isso é difícil para as pessoas entenderem porque elas falam “você vem de um background de calçados”. E eu tenho que explicar “Eu venho de um background de design – desenhando carros, relógios, aviões, videogames, softwares, roupas, comidas, modelos de negócios, edifícios, eu já desenhei de tudo”. Eu pude usar meu cérebro para dizer: “ok, tem esse conteúdo, que consiste em todos os personagens, criamos nossas próprias histórias em quadrinhos. Tem a experiências, que consistem nessas pistas de obstáculos”. A gente chegava em um ônibus pequeno, desdobrávamos uma pequena pista de obstáculos e as crianças podiam treinar como heróis. E depois tinha o produto físico e a embalagem. E assim todos os três tem sua própria razão de existir, sua própria psicologia, sua própria experiência. Foi muito divertido de fazer porque pude usar todo o meu cérebro de uma só vez.

E é incrível como sua relação com seus filhos te inspirou a criar algo tão especial, para todas as crianças.

jason Sinceramente, eu acho que as crianças são o grupo demográfico mais importante do planeta. Eu só não entendo porque as pessoas não enxergam isso. Não protegemos os jovens e não protegemos os idosos. Nossos idosos têm sabedoria que pode nos beneficiar, e os jovens têm o potencial de prevenir que façamos mal uns aos outros. Mas na verdade a gente não coloca nenhum esforço nisso.

Meus filhos tiveram uma vida muito privilegiada e entendo que é importante para mim estender esse privilégio de alguma forma a outras crianças. Se meus filhos são os únicos que se beneficiam da filosofia que mantemos em nossa empresa, qual é o objetivo? Então criamos algo que qualquer família pode usufruir. E é por isso que escrevi este livro infantil, qualquer família pode usufruir desse insight para ajudar seus filhos a se tornarem o que desejam se tornar.

Minha filha é uma artista fenomenal, ela é muito melhor do que eu. Meu filho tá fazendo faculdade, é empresário e já tem o próprio negócio – e tem 18 anos. Muitas pessoas perguntam como a gente cria nossos filhos, e a gente responde que não é sobre como criamos eles, é sobre como falamos com eles, as palavras que usamos, as coisas que colocamos na frente deles. E tudo que eu sempre quis fazer é compartilhar isso com o mundo.

Acredito que todos merecem uma vida alegre, pacífica e bonita, cheia de felicidade. Eu não acho que deveria ser porque você tem a condição financeira para ter paz. Você merece ter paz porque é digno. Então foi isso que realmente inspirou a empresa e o que me inspira a continuar ajudando as crianças. Eu não acho que você tem que ser rico para viver uma vida boa.

“Acredito que todos merecem uma vida alegre, pacífica e bonita, cheia de felicidade. Eu não acho que deveria ser porque você tem a condição financeira para ter paz. Você merece ter paz porque é digno. Então foi isso que realmente inspirou a empresa e o que me inspira a continuar ajudando as crianças. Eu não acho que você tem que ser rico para viver uma vida boa.”

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Você fala essa famosa frase "quero ajudar a construir crianças mais fortes, em vez de consertar adultos quebrados". Qual é o significado por trás disso?

jason O que quero dizer com isso é que a maioria dos adultos já se contentam com o que acreditam ser. A maioria dos adultos pensam: “eu nunca mais vou aprender algo novo. Não tenho mais tempo para me tornar isso. Estou muito velho. Sou muito isso”. As crianças ainda não têm isso. Eles não têm nada além de crença e para eles tudo é possível. Portanto, se preservarmos isso, as crianças vão crescer como adultos fortes, em vez de adultos que a confiança e auto-estima foram quebradas.

A imagem deles foi quebrada porque o mundo está dizendo “você não é suficiente”, e eles acreditam nisso. Eu simplesmente nunca acreditei em nada que o mundo me disse, eu acredito 100% em mim mesmo. Se eu acredito que sou uma minoria, que sou pobre, que não sou bom o suficiente, então é isso que eu sou. Eu acredito que eu sou inteligente, gentil, compassivo, talentoso e destinado a fazer algo que possa ajudar as pessoas. Se eu acredito em mim mesmo, então posso acreditar em outras pessoas. É por isso que temos tantas controvérsias – porque as pessoas não acreditam em si mesmas. Como você pode esperar que eles se importem com você, se eles são abusivos com eles mesmos? Eu me amo o suficiente para amar a todos. É assim que eu vivo minha vida.

O que fez você escrever "A Kids Book About Design" (Um livro de design para crianças) e como isso aconteceu?

jason Escrevi um livro criativo de não ficção, que são memórias sobre a minha vida. Mas eu senti que escrever um livro para adultos primeiro não é muito meu estilo de fazer as coisas. Tem que ser algo totalmente diferente. Então, esse o “A Kids Book About Design” é basicamente minha mixtape antes do meu álbum, e tem como objetivo inspirar crianças e adultos. É uma versão resumida da história da minha vida, mas inicia uma discussão, porque os designers devem fazer grandes perguntas, mas nem sempre devemos fornecer as respostas. Este livro não é uma resposta para o que é design – é uma série de perguntas sobre o que o design pode ser. Essa é a coisa mais importante que espero que as pessoas levem com elas, meu trabalho não é fornecer uma resposta ou solução, é fazer a pergunta mais importante para ajudar o maior número de pessoas.

Hoje em dia design é sobre fazer as coisas ficarem mais legais. Quero que o design volte a ser sobre descoberta e solução de problemas. Quando a gente fala “fazer deste mundo um lugar melhor”, o que isso realmente significa? E como realmente fazemos isso? Porque estou cansado das pessoas falando isso, e o mundo ainda está sofrendo. Então, estou tentando iniciar uma revolução em que armamos as crianças com as ferramentas para fazer isso, porque como adultos, acho que não conseguimos mais sair do nosso próprio caminho. Não vou perder tempo, vou tentar inspirar essas crianças o mais rápido possível. Esse foi o motivo, a urgência de dar a eles e para as próximas gerações, algo para se sentirem otimistas.

“Então, esse o “A Kids Book About Design” é basicamente minha mixtape antes do meu álbum, e tem como objetivo inspirar crianças e adultos. É uma versão resumida da história da minha vida, mas inicia uma discussão, porque os designers devem fazer grandes perguntas, mas nem sempre devemos fornecer as respostas.”

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“Eu não pude escolher onde comecei a minha vida, mas com certeza eu posso escolher onde eu quero terminar. E vou terminar de uma maneira linda com muito sucesso, com muitas pessoas que ajudei e muitas coisas que fiz que ajudaram as pessoas a se sentirem inspiradas. E esse é o objetivo da minha vida. E espero que, onde quer que você esteja, você tenha o mesmo desejo de viver uma vida com propósito, dignidade, gratidão e seja bem-sucedido, independentemente se a sociedade fale que você não será bem-sucedido.”

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Qual é a sua mensagem para crianças e adolescentes por aí?

jason Você não precisa ter um próximo passo perfeito. Basta dar um passo à frente. Se você gosta muito de tênis, vai nas lojas de tênis e fica de olho nas pessoas que trabalham nas marcas, eles visitam as lojas o tempo todo. Se você é tatuador ou quer se tornar um, passe um tempo em volta de uma escola de arte e se relacione com pessoas que fazem ilustrações e aprenda a desenhar. Você sempre tem recursos à sua frente, se você está disposto a enxergar isso.

A zona sul de Chicago não tinha muitos recursos, a menos que eu descobrisse os recursos que existiam. Então, museus que são gratuitos para o público, ler livros, acesso à internet, essas são todas as maneiras de ter as informações que você precisa para ser quem você quer ser. Mas tudo começa com você acreditando em si mesmo. E só porque você nasceu em algum lugar não significa que vai terminar sua vida lá. Eu não pude escolher onde comecei a minha vida, mas com certeza eu posso escolher onde eu quero terminar. E vou terminar de uma maneira linda com muito sucesso, com muitas pessoas que ajudei e muitas coisas que fiz que ajudaram as pessoas a se sentirem inspiradas. E esse é o objetivo da minha vida. E espero que, onde quer que você esteja, você tenha o mesmo desejo de viver uma vida com propósito, dignidade, gratidão e seja bem-sucedido, independentemente se a sociedade fale que você não será bem-sucedido.

Air Jordan XVII Mule
Dono: Jason Mayden
Ano: 2002
Fotos: Kickstory

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