
Na época, a Reebok obrigou suas concorrentes a não baixarem a guarda, a irem atrás de inovação, assim criando um mercado com uma régua altíssima – o que alguns chamam de “a era de ouro” dos tênis de basquete.
Esse tênis traz a Reebok de volta para a performance no basquete, depois de mais de 10 anos sem um produto novo direcionado a modalidade. Nos últimos 11 anos, a Reebok Basketball viveu apenas da nostalgia dos modelos das suas maiores estrelas – Allen Iverson e Shaquille O’Neal – que hoje, nessa nova fase, ocupam o cargo de vice-presidente e presidente de operações de basquete na Reebok.


Para nós aqui do Kickstory, principalmente o Ian, esse tênis vai muito além de um produto legal: ele traz as referências e DNA do que fez ele se apaixonar por todo esse universo, e mostra um futuro onde podemos voltar a se animar com produtos, projetos novos e diferentes de uma marca que volta para continuar o que começou lá atrás. E isso é bom para todo mundo – mais marcas competindo eleva a exigência por inovação e qualidade!
Decidimos fazer uma matéria especial, não só pelos motivos que falamos acima, mas também por que, esses pares que nós recebemos, foram enviados lá de Boston. E tem uma importância ainda maior para a gente – eles são também um reconhecimento do nosso trabalho, e das conexões e relações que criamos com as pessoas que contam suas histórias na nossa plataforma.


Em 2021, fizemos o investimento de viajar para Boston, onde fica a sede da Reebok, para entrevistar designers, criativos, donos de lojas, pessoas da indústria, que estão por trás desses modelos e marcas que a gente tanto admira. E o Michael Hesterberg foi uma dessas pessoas. Na época, ele trabalhava como Diretor de Design de Inovação dentro da Reebok, e ele nos convidou para fazer a sua entrevista dentro da sede, no lugar mais especial possível – dentro do arquivo da Reebok. A sala onde fica todo o acervo da marca, desde acessórios, roupas e tênis, pares originais e samples. Uma experiência de outro mundo, principalmente para quem é fã desse universo.


POR TRÁS DO DESIGN
A ideia com o Reebok Engine A era lançar um produto a altura do que a marca representa, pensando o que a Reebok estaria lançando se nunca tivesse saído do mercado de basquete. O processo foi muito bem estudado para criar um tênis que tenha a essência e DNA do que faz a Reebok ser a Reebok, mas com um olhar atual para o público que talvez não tenha crescido acompanhando a marca, sem se apoiar demais na nostalgia do passado. E isso é bem visível nas escolhas de material, formato e cores do tênis.
Em uma entrevista para a Complex, Michael explicou como, durante o desenvolvimento, a equipe chegou a explorar esboços inspirados nos modelos antigos da Reebok, e levou essas ideias para jogadores de basquete de diferentes níveis — desde jovens do colegial, semi-profissionais e ex-jogadores. Essas conversas foram fundamentais para entenderem o quanto havia mudado a percepção do público sobre a Reebok, nesses anos que ficaram fora do mercado. O que ficou bem claro: ninguém ligava mais para modelos de couro ou com um visual nostálgico demais – o que os jogadores queriam era algo atual, com design contemporâneo e que refletisse o momento do basquete hoje.


SOBRE O TÊNIS
O primeiro destaque foi a implementação do ERS (Energy Return System) como tecnologia principal do tênis, porém em um novo formato usando apenas o nome e conceito para um amortecimento mais atual. O ERS foi a primeira tecnologia de amortecimento desenvolvida pela marca lá no final dos anos 80, onde tubos de elastômero termoplástico, se comprimiam com a passada e voltavam a sua forma inicial, absorvendo o impacto e devolvendo a energia à pisada. Essa tecnologia foi usada em tênis de basquete como o Reebok Twilight Zone e o primeiro Omni Zone, antes da chegada da tecnologia Hexalite. Mas agora, no lugar dos tubos, o time de design aplicou o conceito de retorno de energia usando uma nova espuma supercrítica infundida com nitrogênio – o Super Float – mantendo um pouco da estética do ERS original.
O time de design foi fundo nos arquivos da Reebok e buscaram inspiração em vários modelos antigos da marca que traziam características marcantes como o Reebok Mobius, 3D Opus, Money ERS e Sxt Pump. Com isso, chegaram em um tênis que tem várias características da Reebok com elementos familiares, como: o formato da língua, o calcanhar, as linhas na lateral – mas ao mesmo tempo, trazendo um redesenho que se diferencia de qualquer outro tênis.

Uma característica importante que se manteve presente, foi o pensamento de deixar o tênis se destacar por si só, e não ter o logo como protagonista – isso sempre foi um diferencial nos modelos de basquete da Reebok. O Engine A tem o cabedal inteiro de material sintético feito de uma peça única, que permite explorar infinitas opções de cores, impressoes e color blockings, e é esse recurso que a Reebok tem usado para contar as histórias em cada colorway.
O tênis traz uma vida nova para a Reebok, com uma silhueta moderna que conversa com a estética atual do basquete, mantendo as referências do DNA da Reebok. Pelo pouco que já usamos o tênis, dá para sentir que é versátil, tendo um pouco de tudo: amortecimento tanto no calcanhar como no ante pé, tem a base larga e o cabedal com pontos de tensão que te dão bastante lock down e estabilidade. Funciona tanto para o jogador mais rápido e ágil, quanto para o jogador mais forte e pesado. Sem contar a variedade de cores que podem ir bem com qualquer coisa que for usar.


A gente fica feliz em saber que tem pessoas talentosas e que admiramos cuidando desse novo momento do Basquete dentro da Reebok, e seguimos animados para o que está por vir no futuro.
DICA
Se quiser ver o Michael trabalhando e um pouco de como foi o processo de criação do Engine A, não deixe de assistir a série do Shaquille O’Neal do Netflix – Power Moves.