Se você curtiu essa colaboração da Converse com Guadalupe que esgotou em menos de um dia, não deixe de ler a nossa entrevista com o Rod, onde você terá a oportunidade de conhecer esse tênis através da perspectiva do seu criador.
Para Rod, a ilustração veio desde cedo e é a grande paixão da sua vida, e como designer já passou por marcas como a Alpargatas onde foi responsável pelas famosas Havaianas da Copa do Mundo de 2002. Hoje ele trabalha na Converse como designer de calçados, onde teve a oportunidade de criar, o que ele se referiu como, o tênis da sua vida – o Guadalupe x Converse Chuck 70 ‘Bom Retiro’.
Para comemorar os 10 anos da Guadalupe Store, a Converse em parceria com a loja, criou um tênis que não apenas marca o aniversário da GDLP, mas também, representa o bairro do Bom Retiro e todas suas características e nuances. Em uma conversa bem legal na frente da Guadalupe no bom retiro, o Rod nos contou detalhadamente sobre as inspirações por trás do projeto e como foi o processo de criação desse tênis tão especial.
“Meu nome é Rodrigo, mas a galera me conhece como Rod. Eu tenho 43 anos e gosto muito de ilustrar…eu acho que o desenho já nasceu comigo. Tenho uma filha de 18 anos, e ela também é ilustradora, muito boa por sinal.”
Quando você começou a se interessar por desenho e quando isso virou algo importante na sua vida?
rod Eu acho que a ilustração nasceu comigo, eu sempre gostei disso. Na escola eu ficava desenhando uns bonecos, os meus amigos, eu desenhava mais do que eu assistia aula. Sempre foi a minha essência, tá no meu sangue. O que eu mais gosto de fazer até hoje é desenhar.
Lembro que um dos meus primeiros desenhos, eu estava no pré e ia ter aquelas apresentações na festa dos aluninhos. A professora pediu pra desenhar uma roupa relacionada com o espaço, o universo, e eu desenhei um astronauta retrô-futurista com umas ombreiras prateadas. Daí ela pegou esse desenho, deu pras mães e cada uma costurou sua roupinha pro seu filho fazer a apresentação, baseado no meu desenho. Eu nem sabia o que tava fazendo, mas esse foi o meu primeiro trabalho relacionado a moda…que é uma coisa que eu gosto.
Você faz ilustração digital, inclusive tem uma conta no Instagram, RöD, dedicada a isso. Como foi para você, fazer a transição do papel para o digital?
rod Eu gostava muito de desenhar no papel, mas eu fui pro digital quando comprei um iPad grande…é bem mais prático, né? (risos), eu consigo desenhar em qualquer lugar. Eu gosto do digital para passar o tempo, eu gosto de buscar um estilo e acho que to chegando lá…quem desenha sempre quer buscar um estilo diferente. Mas é isso, meu principal hobby é desenhar, é o que eu mais gosto de fazer…vira o meu horário de relaxar, de desligar das coisas, me traz uma calma. Até as minhas tatuagens, não fui que tatuei, mas eu chegava com o desenho no meu tatuador e ele fazia. Tô até estudando tatuagem agora, vou comprar uma máquina…acho que o meu traço combina com a pegada da máquina.
Esses meus últimos desenhos que coloco no Instagram estão mais lúdicos, com uma paleta de cor vibrante, tons de rosa, que eu gosto muito, preto; a temática é fantasiosa e eu misturo com aquela perspectiva isométrica. Esse é um mundo que tem na minha cabeça. O legal do desenho é isso, a gente pode criar coisas que não existem no mundo real.
Sinceramente, eu me acho até melhor ilustrador do que um designer de calçados (risos). Mas eu ainda penso um dia em usar esse outro talento para alguma coisa, viver de ilustração mesmo, sei lá.
“Esses meus últimos desenhos que coloco no Instagram estão mais lúdicos, com uma paleta de cor vibrante, tons de rosa, que eu gosto muito, preto; a temática é fantasiosa e eu misturo com aquela perspectiva isométrica. Esse é um mundo que tem na minha cabeça. O legal do desenho é isso, a gente pode criar coisas que não existem no mundo real.”
E vindo da ilustração, como você chegou em design de calçados?
rod Eu me formei em desenho industrial. Eu tinha um professor de desenho que me adorava porque eu era o mais interessado e dedicado na aula. Pedi um estágio pra ele numa agência de propaganda e no começo eu só arrumava umas caixas, não fazia nada demais. Aí um belo dia, ele não tava e precisava fazer um banner de uma clínica de hospital, e eu fiz. Foi aí que eu comecei o design gráfico…eu sempre soube que eu queria mexer com alguma coisa relacionada ao desenho. Na época eu não entendia direito o que era design, mas eu ficava olhando a lista telefônica e analisando os logos – se eu achasse o logo feio, eu refazia ele do meu jeito. Só que eu nem sabia que isso era uma profissão, nem sabia que isso existia.
Depois desse estágio eu entrei numa outra agência como CLT, pra fazer design gráfico mesmo. Eles tinham a conta da Alpargatas, e eles faziam o design de Rainha, Mizuno e Topper. Eu sempre ficava ali olhando a criação e um dia propus uns desenhos de Havaianas. A agência tinha a conta da Alpargatas, mas eles não desenhavam Havaianas, eles só faziam tênis. Apresentamos, o grupo adorou meus desenhos, e aí criei essa demanda. Foi assim que comecei no calçado – desenhando Havaianas. Eu fiz aquela da Copa de 2002 que foi o meu maior case de sucesso dentro da marca.
“Eu sempre ficava ali olhando a criação e um dia propus uns desenhos de Havaianas. A agência tinha a conta da Alpargatas, mas eles não desenhavam Havaianas, eles só faziam tênis. Apresentamos, o grupo adorou meus desenhos, e aí criei essa demanda. Foi assim que comecei no calçado – desenhando Havaianas. Eu fiz aquela da Copa de 2002 que foi o meu maior case de sucesso dentro da marca.”
Essa fez muito sucesso, tava em todo lugar! Como foi o processo de fazer essas Havaianas da copa?
rod Eles queriam substituir um desenho clássico da “Havaianas Brasil”, que era aquela azul com a bandeirinha do Brasil na tira, e complementar a linha com outro modelo estampado. Na época eu mandei vários modelos e estampas super elaboradas e no meio delas, eu fiz um como se fosse as costas da camisa de um time – então um pé eu coloquei o nº 1, no outro eu coloquei o nº 0. Quando eu mandei os caras piraram e falaram “Nossa, não vamos fazer só do Brasil, vamos fazer de todos os times!”.
Foi um exercício legal pra mim porque eu também gosto de tipografia, então para cada país eu desenhava uma fonte pro nome do time e pro número – ficou uma diferente da outra, mas seguindo com o mesmo conceito. Foi um sucessão, queria ter ganhado royalty de 1%, eu estaria rico (risos). Além das Havaianas, eu desenhei também o display do produto para as lojas, que era um mini-estádio com uma cobertura e os chinelos dentro. Ganhamos um prêmio com o display.
Foi um tempo muito legal de fazer e trabalhar na Havaianas – era muito solto, tinha muita liberdade, eles me davam temas e eu viajava…eu adorava, ficava o dia inteiro desenhando e aplicando estampa.
E quando você começou a trabalhar com tênis de fato?
rod Um tempo depois, começou a ter uma demanda de calçados kids. Então o primeiro tênis que eu fiz foi um relançamento do Kichute kids, que era um tênis super antigo de futebol, todo de borracha, que dava um chulé da porra (risos). Peguei o Kichute que já existia e fiz uma releitura pra esse modelo kids, e coloquei uma sola diferente.
Só que eles queriam dar uma reinventada nas marcas – Kichute, Conga e Bamba – que eram os tênis que tinham na época no Brasil. Tinha o Converse também, mas ele já era numa faixa de preço mais alta. Então depois eu fiz algumas coisas de Rainha e peguei uns runners de Topper. Isso tudo foi em uma agência lá em São José dos Campos.
Depois da Alpargatas eu fui pra Centauro e lá eu entrei como designer gráfico e designer de calçados. Como designer gráfico eu fiz embalagens, estampas de roupas, materiais de ponto de venda; e como designer de calçados eu fiz a marca própria deles. Como o fornecedor era da Ásia, na Centauro eu aprendi bastante sobre o processo de desenhar um tênis, o que eu poderia usar de material e etc. Bom, passou um tempo e recebi o convite para trabalhar na Converse – tô lá desde 2015, vai fazer 7 anos já esse ano.
Eu comecei no mundo dos calçados e nunca mais parei. A vida me colocou aqui. Eu já era fissurado por tênis quando criança por causa do skate, eu já gostava de ter tênis, de guardar, de cuidar deles o máximo possível para ele durar bastante, porque eu não tinha grana pra comprar tênis toda hora. Mas aí eu nunca mais parei.
“Eu comecei no mundo dos calçados e nunca mais parei. A vida me colocou aqui. Eu já era fissurado por tênis quando criança por causa do skate, eu já gostava de ter tênis, de guardar, de cuidar deles o máximo possível para ele durar bastante, porque eu não tinha grana pra comprar tênis toda hora.”
E dentro da Converse, quais foram os seus primeiros projetos?
rod A nossa coleção é muito baseada na coleção do global, então muitas vezes a gente só faz a adaptação pra cá – a gente pega o modelo global e faz ele ser viável para ser fabricado aqui no Brasil, escolhendo outros materiais. Além disso, a gente faz o que chamamos de “paleta de cor reversa”, porque por exemplo, quando lança a coleção de inverno, aqui no Brasil é verão, então temos que fazer a adaptação das cores. No começo não tinha muita criação.
A gente tinha uma demanda por um modelo de skate que fosse mais barato que o All Star. Então o primeiro modelo da Converse com criação total minha foi o Flip Star, que é um vulcanizado, com poucas peças e um star chevron pequenino na lateral. Ele é meio parecido com Converse Louie Lopez. O Flip Star foi direcionado pra galera que quer ter um tênis de skate com um preço mais acessível que um Louie Lopez. Mas mesmo assim ele é todo reforçado, é um tênis de performance para skate mesmo.
E de todos os tênis que você já criou, porque você escolheu o Guadalupe x Converse Chuck 70 'Bom Retiro' para a sua entrevista do Kickstory?
rod Eu acho que o que a Guadalupe trouxe pro cenário sneaker foi muito importante. Quando eu fiquei sabendo que ia desenhar o tênis para os 10 anos da loja eu fiquei empolgado demais, pensei “cara, esse vai ser o tênis da minha vida”. A loja trouxe uma outra pegada pro bairro também, né? O Two conta que quando ele foi abrir a loja os caras falaram “pô, você vai abrir no Bom Retiro?! Você tem que abrir lá na Vila Madalena, em Pinheiros”. E ele falou “não cara, vai ser no Bom Retiro”. E olha só essa loja, olha tudo que eles construíram.
Eu lembro que na reunião de briefing, eles comentaram que queriam celebrar os 10 anos da loja e também, celebrar o bairro Bom Retiro, os imigrantes, as confecções que tem aqui. Direto você encontra uns retalhos na rua – então eles queriam trazer essa história para o tênis. Na reunião tava eu, o Ilan e Pedro. Na hora que acabou a reunião, eu já tinha feito um rascunho pronto. Acabou a reunião, acabou o horário de trabalho mas eu continuei e pensei “vou fazer agora esse modelo”. Já fui montando a ficha técnica, pensando nos materiais, fiquei até as 2h da manhã, mas terminei. No outro dia eu mandei o rascunho pro Ilan e falei “já to com o tênis pronto aqui”. Ele falou “não acredito, a gente fez a reunião ontem, 6h da tarde. Como você já tem?”. E exatamente como eu desenhei da primeira vez, a Guadalupe aprovou. Eu tinha mostrado pro Ilan, ele queria mudar algumas coisas, e eu falei “Ilan, esse não, esse é meu, não mexe. Eu concebi ele, a inspiração veio fácil e vai ser do jeito que eu concebi ele”. Ele respondeu “beleza, então faz umas cores só diferentes, vamos apresentar outras opções de cores”. Quando a gente foi apresentar pro Pedro, ele escolheu a primeira cor que eu tinha feito, a que tava no rascunho.
“Na hora que acabou a reunião, eu já tinha feito um rascunho pronto. Acabou a reunião, acabou o horário de trabalho mas eu continuei e pensei “vou fazer agora esse modelo”. Já fui montando a ficha técnica, pensando nos materiais, fiquei até as 2h da manhã, mas terminei. No outro dia eu mandei o rascunho pro Ilan e falei “já to com o tênis pronto aqui”. Ele falou “não acredito, a gente fez a reunião ontem, 6h da tarde. Como você já tem?”. E exatamente como eu desenhei da primeira vez, a Guadalupe aprovou.“
Esse azul tem referência ao manto da Nossa Senhora de Guadalupe, que o Twothousand é devoto, e também que leva o nome da loja. O tênis é cheio de referências – tem o “X”, que é o nº 10 em algarismo romano; tem a estampa de bandana que são aquelas usadas pelos chicanos; coloquei o animal print que é pra representar que a Guadalupe trouxe no cenário, a moda para o tênis; e o que não podia faltar, coloquei a geolocalização da loja do lado de dentro do tênis, que foi um lugar inusitado. E tem um pouco desse contraforte que é do ERX; e adicionei o veludo cotelê. Essas camadas juntas remetem aos retalhos, que é bem o que a gente vê pelo bairro aqui do Bom Retiro.
E tem coisa que é só da minha cabeça. Eu fiz um cadarço azul e o outro eu fiz preto com um pontilhado, para remeter as ruas do bairro. Mas esse é o tipo de referência que só o designer vai saber, tá ligado? Ninguém mais vai.
Claramente cada detalhe e cada decisão foi tomada por um motivo.
rod Eu desenhei essa fontezinha também, do Bom Retiro. E a sola tem esses grânulos de borracha misturados com azul, pra dar um match com animal print. A gente nunca tinha feito esse processo antes aqui no Brasil. Acho que representou bem, a galera gostou, ficou exposto ali no restaurante, acho que trouxe visibilidade pra Converse e bastante visibilidade pra Guadalupe. Esse é o meu filho predileto. O mais legal é que foi sucesso esse tênis, a gente lançou e acabou no mesmo dia. Foram 200 ou 300 pares, não lembro, mas acabou no mesmo dia. Sorte que eu consegui comprar o meu e depois o Pedro me deu outro.
E em um projeto como esse, quanto tempo dura do briefing à fabricação, até o produto final?
rod No caso da Converse, a gente tem um direcionamento global que eles passam pra gente. Então o gerente de produto, que é o Ilan, faz um compilado dos tênis que são viáveis comercialmente aqui no Brasil, ele monta um briefing e passa pra gente. Hoje somos em dois designers – eu e o Maurício que faz feminino. Todo esse processo, até o tênis chegar na loja, é de um ano e dois meses.
É um longo processo. A gente manda o desenho e a ficha técnica, e a fábrica nos retorna com a amostra física. A gente aprova, muda alguma coisa, troca cor, as vezes tem um material que é muito caro e aí temos que pegar um mais barato – às vezes dói no coração porque o tênis não fica igual ao que você pensou…mas faz parte do processo de desenvolvimento do produto. Com as alterações, mandamos as alterações pra fábrica, e aí eles mandam a física pra gente aprovar. São dois rounds de amostra. Ficando tudo ok, o tênis entra na linha de produção.
O Chuck Taylor é uma das silhuetas mais icônicas e ecléticas que tem, embora tenha tido a sua origem no basquete. Ele foi adotado por diversos grupos e estilos musicais, artistas e subculturas. Converse é atemporal, está presente em todos os lugares. Como você se conecta com a marca?
rod A Converse nasceu no basquete. Aliás, a primeira tecnologia de um tênis de basquete foi o patch logo. Não sei se vocês sabem pra que serve, mas no começo o patch logo era de couro pra você não bater um ossinho do pé no outro, então por isso que ele é do lado de dentro do tênis. Até hoje a galera liga no SAC falando “o meu logo tá do lado errado” (risos). E por isso, o Chuck Taylor é o único tênis que você tira foto da parte de dentro.
Já nos anos 80, a Converse foi abraçada pelo rock – por bandas como Nirvana e Ramones. De um tempo pra cá migrou para moda…hoje tem alguns modelos de basquete, mas não é forte dela. Mas pra mim o forte da Converse é o lifestyle, a conexão com o jovem, com as comunidades. É uma marca que escuta a galera, ela quer saber o que eles tem pra falar. Tanto é que a Converse faz várias ações com influencers que não são super famosos.
Eu me conecto bastante com a marca pelo meu lifestyle, meu interesse por moda, música, arte e eu acho que a Converse consegue pegar todas essas tribos e conversar com elas ao mesmo tempo. Não tem um filme que você veja, que não tenha uma pessoa de Converse. É uma silhueta que todo mundo já conhece, não vai fazer propaganda do tênis. Ele é tão icônico que ele já não é mais uma marca. Ele é chique, ele é pop, surrado. Quanto mais surrado melhor.
“Eu me conecto bastante com a marca pelo meu lifestyle, meu interesse por moda, música, arte e eu acho que a Converse consegue pegar todas essas tribos e conversar com elas ao mesmo tempo. Não tem um filme que você veja, que não tenha uma pessoa de Converse.”
Você lembra quando começou a sua paixão por tênis? Quando foi aquele momento que você viu um par e deu aquele “clique” especial?
rod Eu sou meio autodidata nos estudos, principalmente com tênis. Acho que o primeiro contato que eu tive com tênis foi no final dos anos 80, quando o skate era bem marginalizado. Na adolescência, eu tinha uns amigos que os pais viajavam e traziam uns tênis legais como o Air Flight de bota da Nike, o Pony; eram tênis que eu olhava e ficava encantado. Mas na época eu não tinha grana pra comprar, então o mais próximo disso que eu consegui ter foi um Le Cheval, que era uma réplica dos tênis da Le Coq Sportif. Mesmo não sendo o original, feito de couro sintético, já fazia a minha alegria, porque era um tênis de botinha.
Nessa mesma época eu tinha um amigo que tinha mais grana. Uma vez eu fui na casa dele e tinha um Nike Air Span II no lixo! Ele tava bom, só que com o solado fudido. Aí eu falei “cara, me dá esse tênis aí?” e ele falou “pode pegar procê”. Eu peguei, levei num sapateiro, troquei a sola por uma genérica, peguei uma tinta de tecido e customizei ele. Cara, isso em 1991, eu nem sabia o que eu tava fazendo, eu nem sabia que existia esse mundo de tênis. Esse foi o meu primeiro Nike – usado, reformado e customizado – e depois disso eu ainda o usei por sei lá, 4 ou 5 anos. E foi isso o começo da minha relação com tênis.
E como alguém que desenha tênis e vive isso, quais são os designers que você admira e que te inspiram?
rod Eu gosto muito do Air Jordan 1 e 3. E eu sou meio antigo em relação a design, eu prefiro os mais antigos. O Tinker Hatfield, por exemplo, eu o admiro por ele ter feito silhuetas tão clássicas que perduraram durante tanto tempo. Até hoje a Nike faz e refaz em cima das silhuetas clássicas. Além dele, eu gosto muito do Yohji Yamamoto, que pra mim ele é um cara visionário, ele cria modelos de tênis que a gente nunca ia pensar.
Eu também apoio local. Tenho dois amigos, um trabalhou comigo na Converse, o Jonathan, e agora ele é diretor na adidas em Jakarta. Eu aprendi bastante com ele em questão de produção, o que dá e não dá pra fazer, composição química de material, ele que me ensinou. E eu tenho um outro amigo designer também, que é o Rafael Sino. Ele trabalhava na New Era aqui no Brasil e hoje ele tá na adidas em Nuremberg, na Alemanha. Eu acho ele fudido como designer. Às vezes a gente fica só olhando gente de fora, gente famosa, mas esses meus dois amigos são os meus ídolos. Quando o Rafael foi embora eu até chorei.
E tem a Öus né, que pra mim é uma das melhores marcas e a mais foda do Brasil…quem sabe um dia eu trabalho lá também.
Guadalupe x Converse Chuck 70 ‘Bom Retiro’
Dono: Rod Vinhas
Ano: 2021
Fotos por: Vinicius Martin