Encontramos 3 pessoas com histórias, personalidade e estilos diferentes que curtem os adidas Originals para contarem no projeto #homeofclassics suas experiências com os OG das três listras. Nosso último entrevistado foi Sheik, um cara que vem customizando e restaurando tênis desde 2007 e tem uma coleção que cresce desde os anos 80. Esse conteúdo é uma parceria com o Sneakersbr com apoio da adidas.
E como você se interessou e começou a fazer restauração e customização de tênis?
SheikEu sempre trabalhei com arte. Eu fazia protótipo de desenho de brinquedo como desenhista para uma empresa, eu fiquei uns 8 anos lá. E aí tinha um rapaz lá que era gerente que tinha uma fábrica de sapato e ele levava os trabalhos lá e eu desenvolvia toda arte do sapato. Só que como eu era muito ligado aos brinquedos, eu fazia o serviço nos sapatos pra ele e nem me ligava muito se aquilo lá ia ser bom pro futuro, porque eu tava empregado e eu gostava do que fazia. Todo o protótipo e desenvolvimento era na mão, tudo no pincel, na régua.
Depois eu fiz Panamericana de Arte, que na época não era faculdade, era só curso técnico. E para eu pagar o curso, eu fazia nome em arroz. Era muito louco. Tinha um pessoal que gostava pra caramba e vendia bastante. Com isso, também conquistei um monte de profissionais pra dar uma força. E aí foi indo, a arte foi isso. Um dia tava de boa em casa, aí eu vi um trampo dahora em tênis, eu falei “ah legal, posso tentar”. Foi aí que eu comecei a fazer o primeiro tênis, que foi o da minha filha. E nisso, era a época do Orkut, eu coloquei lá e o pessoal foi gostando. Depois eu comecei a restaurar os meus próprios tênis porque eles estavam lá muito velhinhos e eu falei “ah meu, eu vou deixar eles novos de novo”. Aí eu colocava lá e o pessoal achava que eu tinha comprado na loja um dia antes. Foi seguindo como um hobby que durou um tempão, dura até hoje, muita gente me procura, principalmente colecionador. É bem legal!
E na época que você começou a fazer customização e restauração de tênis você já curtia tênis?
SheikJá curtia tênis. Eu acho que o meu forte foi por causa disso. Porque, além de eu querer ter todos os modelos da época dos anos 80, eu já adorava tênis. Então não era uma coisa que “aí, vou ganhar dinheiro com tênis porque vai virar”. Era uma coisa de gostar mesmo. Então falei vou investir nisso daqui, eu gosto, vai dar certo.
“Tinha um pessoal do meu bairro, principalmente a molecada, que eles gostavam muito daquele tênis pra ir pra escola e a mãe comprava um novo, mas ele continuava usando o velho. Parecia que, sei lá, era uma parte do coração deles mesmo. Aí eu acabei reformando os tênis antigos deles para eles continuarem usando.”
E qual foi o momento que você percebeu que realmente gostava de tênis?
E hoje em dia você faz mais trabalhos de restauração, ou de customização?
E porque de todos os seus tênis da sua coleção, você escolheu esse adidas Strider para fazer o Kickstory?
“Quando eu era adolescente eu via muitos colegas meus usarem o Adidas francês como a gente chamava, o Roma, o Marathon, todos os clássicos, e eu não tinha como comprar. Então eu batalhei muito de moleque, trabalhei de office boy, para fazer uma renda pra poder comprar o tênis.”
“Esse negócio de coleção é uma coisa muito louca. Você se apega tanto que você acaba comprando tênis sem ser o seu número. Eu acabei me desfazendo de muito tênis assim, porque era clássico, aí eu achava na internet, ia lá e comprava. Aí esse tênis era 35/36, eu calço 42. Eu já cheguei a comprar 40, esticar ele, e deixar ele numa forma lá vários meses, pra usar ele porque eu não achava mais daquele tamanho.”