Karol de Souza Karol

Karol de Souza

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11—10—2019 Fotos por: Pérola Dutra
Karol de Souza
Entrevista Nº 149

A entrevista dessa semana é com a Karol de Souza, rapper e designer de moda que veio de Curitiba e se apaixonou por São Paulo quando veio morar aqui a alguns anos atrás. Na entrevista conta porque toda a linha Yeezy é importante para ela e sua carreira. Hoje ela lançou seu novo single “Fé pra Tudo”, confere lá nos canais de streaming que está muito foda!

“Eu sou a Karol de Souza, sou uma cantora de Rap, nasci e cresci em Curitiba e moro em São Paulo há 13 anos, e agora estou para lançar um disco nesse ano de 2019. Sempre fui muito apaixonada pelo universo “masculino”: sempre gostei muito de basquete, skate e de rap. Então todos esses pontos – tênis, bonés, camisetas enormes – todas essas coisas ditas de meninos sempre me encantaram muito, desde a minha adolescência. A Karol de Souza sempre foi uma criança “menino menina” (risos). Um ano pedia uma Barbie de aniversário e no outro um skate. Isso me acompanha até hoje e eu adoro ser essa pessoa. Essa sou eu (risos).”

“E isso foi muito louco porque eu trabalhava aqui em São Paulo, era vendedora, e as pessoas começaram a me ligar pra fazer show. E eu não tava esperando por isso, eu ainda tinha minha carreira de backing vocal só que as pessoas começaram a me chamar, a consumir a Karol.”

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Você começou sua carreira no Rap, qual foi sua trajetória?

karolEu comecei cantando Rap num grupo só de meninas adolescentes quando eu tinha 17 anos, lá em Curitiba. O grupo chamava Garotas de Atitude – era muito criança, muito juvenil – e cantamos por uns 2 anos mais ou menos. Eu sempre fui muito “dá aqui que eu faço” e eu comecei a fazer uma matinê lá no centro de Curitiba pra eu poder tocar, porque se não, não íamos poder tocar em lugar nenhum. A gente tinha 10 grupos de Rap por domingo e o meu sempre, claro – eu que organizava, então eu sempre ia tocar. E isso foi muito base da minha vida, da minha adolescência, onde eu já era muito ouvinte de Rap. Meu lifestyle era todo baseado no Hip Hop dos anos 90, começo dos anos 2000. Depois desse período que durou 2 anos, eu não fiz mais Rap. Eu parei por 10 anos e eu só voltei quando eu já morava aqui em São Paulo.

Eu fui ser dobra de uma outra cantora de Rap, eu não sei se eu queria aquilo pra mim, então eu fui estudar moda, me formar, e fui fazer outras coisas. Mas aí morando aqui, a cidade é tão Hip Hop, ela te puxa tanto as coisas e eu senti uma necessidade de me expor, de dar vazão aos meus sentimentos, às minhas coisas. Quando você tá cantando com uma outra pessoa, mesmo que você esteja um passo atrás, que você faça parte da estrutura da banda, você tá no palco, você tem o público. Eu fiz uma música e aí eu sempre cantava ela no meio do show – e aí disso pra eu querer fazer todas as minhas coisas de novo, a minha carreira, e o que tava virando um super sonho em prática foi um estalo.

Então no ano de 2010 eu fiz 3 músicas. E isso foi muito louco porque eu trabalhava aqui em São Paulo, era vendedora, e as pessoas começaram a me ligar pra fazer show. E eu não tava esperando por isso, eu ainda tinha minha carreira de backing vocal só que as pessoas começaram a me chamar, a consumir a Karol. Aí eu falei “mano, eu quero isso pra mim, acho que eu quero essa vida sim!”. Eu levei essa carreira de backing vocal por mais um ano e aí depois eu puxei o nome, o meu nome pra ter a minha história, o meu legado, as minhas coisas. Eu continuei trabalhando pra ter um salário fixo, bonitinha por muito tempo, eu só parei de trabalhar com tudo que não fosse música, em 2014. Então de 2015 pra cá, eu sou só uma MC de Rap. É só o que eu faço da vida, graças a Deus. E eu vivo disso, sobrevivo disso, planto de novo nisso, os meus sonhos, a minha energia estão nisso – na minha música.

“E aí nesse período eu fui agraciada em fazer parte do Rimas e Melodias – foi um presente na minha vida, onde eu aprendi a dividir com outras mulheres de uma maneira que nunca tinha acontecido. Tudo isso em uma época em que as mulheres começaram a se entender muito mais, que elas perceberam que a rivalidade é utopia, fantasioso e plantado, que a realidade é que a gente tinha que dar as mãos e produzir juntas.”

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A gente sempre fala que quando você acredita e faz do coração, as coisas acontecem.

karolAgora pra lançar meu disco tá sendo um puta passo, porque eu tô há 6 anos sem lançar um trabalho assim. Eu tenho um hiato muito grande agora, as pessoas estão me cobrando muito, não aguento mais, EU não aguento mais. As pessoas falam “eu quero suas músicas” e eu falo “imagina eu!”. Eu quero muito soltar para o mundo.

E aí nesse período eu fui agraciada em fazer parte do Rimas e Melodias – foi um presente na minha vida, onde eu aprendi a dividir com outras mulheres de uma maneira que nunca tinha acontecido. Tudo isso em uma época em que as mulheres começaram a se entender muito mais, que elas perceberam que a rivalidade é utopia, fantasioso e plantado, que a realidade é que a gente tinha que dar as mãos e produzir juntas. Foi um presente pra mim, eu não tenho irmãs mulheres, só tenho irmãos, então com mulheres próximas assim, viajar, ficar no mesmo quarto, uma brigar com a outra, foi muito foda pra mim. Foi enriquecedor para a minha vida. A gente trabalhou bastante, por uns 2 anos, e quando a vontade de cada uma de lançar seu disco solo começou voltar a gente falou “então agora o Rimas dá um descanso para que a gente consiga fazer as nossas coisas, e depois a gente volta a falar de Rimas e Melodias”.

Voltando um pouco, como que aconteceu para vocês se conhecerem e formarem o Rimas e Melodias?

karolA gente já se conhecia, nós 7. Nós nos conhecemos de uma saber do trabalho da outra porque gravou com um amigo, gravou com uma amiga, fui num show. Todo mundo sabia quem era todo mundo, todas nos conhecíamos e umas eram já amigas, outras não tinham proximidade. E aí, a Tatiana Bispo, que é uma das mais cantoras da galera, viu uns vídeos gringos de ciphers só de mulheres e ela teve uma sacada de “porra, não tem isso aqui, a gente podia fazer”. Aí ela ligou a DJ Maíra – ela é amiga de todas nós, jornalista de formação, ela já fez umas matérias na Veja Online falando de música tal. As duas se falaram e decidiram fazer uma coisa nesse formato aqui. Elas escolheram um time – que é o Rimas e Melodias. Elas ligaram e todas aceitaram participar.

Em março de 2016, a gente se encontrou pra fazer dois ensaios e uma sessão de vídeos na Casa Brasilis, agora já ta desativado. E a gente percebeu que eu tinha música com a uma e com a outra, a outra tinha música com a outra e com mais uma – a gente tinha muitas coisas em comum. Então foi muito fácil a gente pegar um instrumental e cada uma cantar um pedaço de qualquer coisa que tinha, e ter mais material. Então assim, ficou bonito, parecia um show fechadinho. E a gente gravou aquilo com duas câmeras de amigos, super básico, bonitinho, sem escolher figurino, cada uma foi do jeito que queria. Finalizamos esse material e a gente colocou nas redes. E aí foi um boom! Principalmente o Cypher, viralizou, foi pra vários canais, postaram a gente no Brasileiríssimos no Facebook, deu uma puta força, foi muito legal, muito foda.

E aí as pessoas começaram a ligar pedindo show. A gente não queria fazer isso, mas aí topamos de vamos fazer um show para lançar esses vídeos. O show foi na casa Brasilis, e lotou, ficou gente pra fora! Vimos que aquilo ali tinha funcionado e a gente foi ligeira, esperta, a ponto de marcar um outro show. E até que eu, por conta da formação em moda, cheguei e falei “a gente precisa se vestir de uma forma que as pessoas entendam isso como um coletivo real”. Então pra não tirar, não desestruturar o seu shape, a gente vai brincar com as cores. Então a gente sempre trabalha 2 ou 3 cores, ou um mood. Funcionou demais também assim. A gente desenrolou uns shows, escreveu, começou a cantar, era pra ser. A gente sentia uma onda fazendo tudo dar certo pra gente, mesmo sem a gente perceber ou querer. Foi muito foda.

Eu acho que o público precisava ouvir o que tínhamos pra dizer naquele momento. O golpe contra a Dilma, a morte da Marielle, todas essas coisas estranhas, de política, comportamento, feminicídio, tudo isso acontecendo e não tinha uma banca de mulheres falando de forma agressiva, porém bonita aos olhos, sobre aquilo. Diria que o nosso sucesso veio porque fomos inteligentes, sortudas, e aproveitamos o momento. Eu me sinto muito presenteada com o grupo, muito mesmo.

O mais legal disso tudo é que você percebe que você fala por tanta gente, sabe? Você agrada uma galera que quer dançar, mas tem gente que é diferente. A pessoa veste a sua mensagem, ela sente que alguém fala por ela real. A gente fala de amor, ou de política, ou fala das questões da mulher, ou principalmente da mulher negra, porque a gente tem um recorte no grupo da gente sendo a maioria negras. A gente tem a Maíra que é branca, a Paulinha que é armênia e nordestina, então temos toda uma mistura em que a gente olhou para isso em algum momento e falou “isso é bonito, vamos fazer uma música também sobre isso”. Vamos falar dos nossos amores também, não só das dores – quando você coloca um “saco” de mulheres negras vem toda aquela coisa de ai o machismo, o racismo, e a gente não é só isso. Nosso discurso não pode ser só sobre isso. Nosso público precisa ser entretido, precisa alegrar, precisa dançar.

Esses dias eu vi uma frase da Bia Ferreira que ela falou em uma entrevista “se a cada 23 minutos um jovem negro morre no Brasil, eu renasço a cada 23 minutos, porque eu me mantenho viva”. Então é muito pesado e é muito verdadeiro. Primeiro, o jovem morre mais, e o jovem que morre mais é o jovem negro. Então tipo, cara, tem muita coisa pra gente falar. Pra gente debater sobre. E eu sempre falo, até já falei isso em outras entrevistas, que nós somos uma geração muito chata, porque a gente tem que ficar falando de coisas que as pessoas antigamente não queriam falar, tava bonito assim. Mas eu tomei esse papel. Eu vou falar pra que no futuro todo mundo já entendeu, pra que não aconteça mais e no futuro não tenha essa chatice. Porque é chato, a gente é chato mesmo. Mas a gente teve que vestir a capa da chatice pra que as coisas melhorem e mudem. Não dava pra ficar como tava. A sociedade tava estranha. Enfim, estamos na adaptação. Nossa música veio pra dar voz a tudo isso, pra expor, pra contar esse momento.

“E eu sempre falo, até já falei isso em outras entrevistas, que nós somos uma geração muito chata, porque a gente tem que ficar falando de coisas que as pessoas antigamente não queriam falar, tava bonito assim. Mas eu tomei esse papel. Eu vou falar pra que no futuro todo mundo já entendeu, pra que não aconteça mais e no futuro não tenha essa chatice. Porque é chato, a gente é chato mesmo. Mas a gente teve que vestir a capa da chatice pra que as coisas melhorem e mudem. Não dava pra ficar como tava. A sociedade tava estranha. Enfim, estamos na adaptação. Nossa música veio pra dar voz a tudo isso, pra expor, pra contar esse momento.”

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Você está lançando o seu disco Grande! Como foi seu processo de criação e o que você espera dele?

karolVai. Meu disco começou já há 3 anos atrás. Não é fácil. Eu não desperdiço uma palavra que eu vou falar “ah isso aqui não”. Tudo que eu penso vai pra minha música. Eu não faço 50 músicas pra escolher 10 pro disco. Eu fiz 9 músicas e as 9 músicas vão pro disco. E aí até encontrar a textura que eu queria, a sonoridade que eu queria, com que público que eu queria dialogar. E eu fiquei por muito tempo pensando eu quero falar com a galera do Rimas e Melodias, esse público, na maioria são mulheres, e eu quero falar com a galera do trap que na maioria são meninos. Como é que eu vou juntar essas duas coisas? Como é que eu vou honrar a galera de antigamente, que fazia mais Boom Bap que foi de onde eu saí nessa caminhada toda. Eu preciso achar uma ligação entre tudo isso e trazer algo novo. Então como que se mantém raiz trazendo alguma coisa interessante relevante pra esse momento?

E esse que é o maior desafio, porque não é só sentar e escrever. E aí depois que você senta e escreve tudo, você lapida e escreve de novo, aí você vai pro estúdio, terminamos uma base ficou incrível. Você leva pra casa, escuta, depois de uma semana cê fala: isso aqui tá errado, eu não gosto disso, eu não gosto desse hat, eu quero assim. E é muito louco porque ao mesmo tempo eu não quero criar expectativa sobre como vai ser, como as pessoas vão receber, porque eu não fiz uma música pra vender ou para agradar em específico. Tentei ser inteligente, mas em primeiro lugar era o que eu queria fazer. Porque toda vez que eu fiz isso deu certo. Desde o começo, desde a minha primeira música que eu só falei “ah eu sei fazer” e fiz. E aí muita gente se identificou. E agora eu só posso entregar pro mundo e torcer pra que as pessoas entendam, pra que seja relevante. Eu sei que eu vou fazer shows, sei que vou ganhar coisas, vou pra lugares, mas eu quero por exemplo receber as mesmas coisa que eu recebi das pessoas no Rimas e Melodias. Mudar a vida das pessoas de forma positiva através daquilo que eu fiz.

Por isso que chama Grande!, com uma exclamação no final. Eu acho que eu pensei grande pra ele, uma mulher grande fisicamente e um nível de grande dentro da cabeça assim, eu quis expandir, eu quis fazer diferente. Dessa vez eu falei “eu posso, eu quero tudo que eu posso fazer”. Então ele chama Grande! por isso. Espero que vocês curtam.

Agora falando dos tênis. Tirando marca ou modelo, o que esse objeto representa pra você?

karolEu acho que poder. Quando eu tenho o tênis que eu quero, eu me sinto mais poderosa. E eu acho que todo mundo, quanto mais raro e mais desejado ele é, melhor você se sente porque você acha que faz parte de um grupo mais seleto, mais poderoso ou mais importante. A minha relação com tênis também começou muito cedo. Eu lembro que passava na TV um tênis Dharma. E eu, muito criança, pedi para a minha mãe e ela “se você passar de ano, eu te dou”. Passei de ano e ela me deu dois! Eu fiquei muito feliz. Eu ganhei um branco com rosa e um cinza com rosa. Amei. E aí esse foi meu tênis mais querido da vida.

Eu lembro de quase todos os meus tênis. Depois disso minha mãe me deu um Nike Air Max também cinza e rosa. E logo depois, eu comecei a ver os meninos do skate e o tênis que eu queria era o Hosoi a todo custo. Só que eu reprovei e minha mãe não me deu de jeito nenhum. Eu tenho trauma, eu tava até esses dias procurando um pra comprar de tanto que eu tenho um negócio assim. Acho que ali foi a quebra de eu falar assim eu gosto de tênis e porque eu não tive aquele eu fiquei com um negócio de eu tenho que ter. O meu tênis desejo é um Hosoi todo preto meio botinha assim e ele também tinha umas partes meio refletivas cinzas. Eu ainda vou achar esse tênis.

E aí logo depois, já adolescente, eu comecei essa relação com a Adidas, porque eu já era meio moderninha, usava camisa polo e calça social de avôs (risos). Eu comprava no brechó. Então eu tinha um Gazelle, Spezial com solinha amarela, um Superstar um preto e um branco. Esses dias eu achei foto na casa da minha mãe, tinha 6 caixas de Adidas em cima do guarda-roupa. Aí depois, muito depois que eu fui gostar de Nike, mas acho que era uma pira minha. Nunca tive um coração que batesse muito (risos).

“A minha relação com tênis também começou muito cedo. Eu lembro que passava na TV um tênis Dharma. E eu, muito criança, pedi para a minha mãe e ela “se você passar de ano, eu te dou”. Passei de ano e ela me deu dois! Eu fiquei muito feliz. Eu ganhei um branco com rosa e um cinza com rosa. Amei. E aí esse foi meu tênis mais querido da vida.”

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Acho muito maluco isso, a gente escolhe marca.

karolA marca nem sabe que você respira, né? Mas você tá lá. Não sei, eu fico feliz quando eu vejo as coisas da Adidas. Quando eu comecei uma relação com a marca, eu fui lá a primeira vez, e eu não contei pra ninguém. Eu pedi pra faltar no trabalho, eu falei “amanhã eu não venho que eu tenho compromisso”. A minha amiga que morava comigo “mas onde você vai?”. Eu não, não posso falar. De tanto medo de não acontecer, sabe? Aí eu cheguei na minha casa feliz assim com uma sacolinha com 5 peças, por fora eu tava assim, mas por dentro eu tava o réveillon de Copacabana, esfuziante, louca, colorida. Juro pra vocês. E cada vez que eu ia na Adidas eu ficava tipo “gente eu to aqui, como assim, eu to aqui!”. No meu disco eu tenho até uma frase que eu falo que eu sou merecedora dos kits de 3 listras. E eu não sei explicar. Simplesmente eu gosto, e não depende só de eu ter uma relação. Acho que mesmo que não tenha, eu vou continuar consumindo. Eu gosto muito.

E por que de todos os tênis que você tem você escolheu o Adidas Yeezy Boost 700?

karolPor conta do Kanye West. Não tenho dúvidas. Porque eu conheço ele antes de todo mundo conhecer e o meu preferido sempre foi o Jay-Z. E ele tá há muito tempo do lado do Jay fazendo as coisas, produzindo instrumentais. E a minha música que foi a preferida por muito tempo, que é Lucifer, é do Jay-Z e dele. Black Álbum é meu disco preferido. E aí desde essa época, de 2005, eu prestava muita atenção no Kanye. E quando o Jay-Z fez o Fade to Black, ele tá no estúdio com o Kanye a muito tempo, e o Kanye fala “quando você chegar no palco, você faz isso e isso e aquilo” e o Jay-Z fala “eu trabalho com gente nova, muito incrível, muito visionária” e daí o foco vai no Kanye. Então dali pra frente, todo mundo entendeu que quando ele usava aquelas polo de gola em pé, ele já mostrava que ele era um cara muito pra frente e inteligente.

E agora, falando já pra um recorte do hoje, eu sou muito fã dele por ele também fazer o que eu faço, ele faz rap, ele conseguiu ficar milionário, incrível e relevante. Ele não é o melhor MC, não é o melhor cantor e não é muito bonito, mas de alguma forma ele ficou o cara mais foda de tudo isso. Construiu um casamento impecável, lindo, foda, ele trata a mulher como eu quero ser tratada – ele ensinou ela a falar, a se vestir, a família dela inteira a se comportar. Ele transformou. E isso refletiu no mundo todo como negócio, como moda. E hoje eu tenho muito isso pra mim assim. Eu to num relacionamento há quase dois anos onde eu me sinto uma Kim Kardashian no relacionamento porque o meu namorado é incrível comigo, mais até que o Kanye.

Ontem eu fui numa festa curtir, uma festa da Tommy Hilfiger e ele foi numa reunião de trabalho pra mim. Ele chegou e falou “eu quero trabalhar com você, o que eu posso agregar como publicitário?”. Eu falei “eu não sei, o que você quer fazer? O que você sabe fazer?”. Ele falou “eu sei fazer isso, isso, isso e isso, posso fazer?” Eu falei pode. Então ele tá fazendo. E esse Yeezy ele que me deu. Ele que achou.

Agora eu olho pro Kanye e falo “mano você tem que ser escroto mesmo, porque se não, você seria perfeito, ia criar asa e sair voando”. Ele é foda, mano. E aí ele trouxe o tênis, que não tem um design inovador, que nunca ninguém viu antes, não tem uma grande coisa. Mas é pelo conjunto todo. É por você meio que se sentir parte do clubinho dele. E eu me sinto (risos). Daqui pra frente eu vou estar sempre pagando duas coisas: um Yeezy e o aluguel, minhas duas contas fixas pra sempre. Esse é o meu primeiro e único até agora. Eu acredito que naquela foto incrível dele no meio daquela roda gigantesca de Yeezys, acho que a produção aumentou dos que já foram lançados porque a gente vai ver exclusividade agora nos próximos, de outros modelos que a gente não viu ainda. Eu acho que tem toda uma jogada de “agora vocês vão cansar desses aqui porque vão disputar os próximos, mas antes tem vender isso aqui que existe”. Porque são negócios né gente. O cara é um cara dos negócios.

Adidas Yeezy Boost 700
Comprado: 2015
Dono: Karol de Souza
Foto: Pérola Dutra

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