Felipe Gottardello Felipe

Felipe Gottardello

Vans Authentic Vans Authentic
02—11—2018 Fotos por: Kickstory
Felipe Gottardello
Entrevista Nº 118

@fcgottardello é um artista visual – fotógrafo, videomaker e designer. Além de tudo isso é um viajante sempre buscando novos lugares, novas pessoas e novas inspirações. Felipe nos contou sobre a força que o faz estar em movimento e também como os tênis que coloca no pé são parte do que ele quer comunicar para o mundo.

“Sou Felipe Caplan Gottardelo, tenho 25 anos e sou Artista Visual – venho tirando fotos, trabalhando com Artes Visuais e Design há uns 4 anos. Sou completamente apaixonado por viajar, mas viajar de forma não turística, conhecendo novos lugares e novas pessoas por meio de conexões reais.”

“A socialização é em certo modo artificial, você pode socializar em uma noite com muita gente e não levar nenhuma dessas pessoas pra vida, enquanto conexão é saber que vale a pena ter aquela pessoa, além de ser algo recíproco.”

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Você já morou em alguns lugares do mundo trabalhado ou voluntariando. O que te traz essa vontade de sair de casa e viver em tantos lugares?

FelipeTudo foi porque a primeira vez que eu viajei para morar fora, eu percebi que existe muita coisa para ver. Eu não consigo dormir tranquilo, não consigo ficar muito tempo em um só lugar sabendo que muitos outros lugares me esperam. Eu sou muito frenético para ficar em um só lugar, eu preciso me movimentar, isso alimenta o meu poder artístico e meu poder de produção, de fazer coisas. O Felipe sem viajar simplesmente não produz, porque no final, esse é o meu material, é ver coisas novas, é ir para o Marrocos e ver como eles fazem azulejos, como é o design intrínseco que existe no país e que até eu ir para lá eu não fazia a mínima ideia de que existia. Então é quase como “ver para creer”.

Foi viajando que eu aprendi a me conectar, sempre fui uma pessoa muito introspectiva, por toda a minha vida. Então com isso eu aprendi que a conexão, que é diferente de socialização, faz você ter amizades de verdade. A socialização é em certo modo artificial, você pode socializar em uma noite com muita gente e não levar nenhuma dessas pessoas pra vida, enquanto conexão é saber que vale a pena ter aquela pessoa, além de ser algo recíproco.

Mas no fundo no fundo, ter que viajar é um sentimento, não é lógico, é uma vontade que simplesmente existe. É a mesma coisa que me faz ser ambicioso com o meu trabalho, é uma parada que me leva e que eu não consigo descrever logicamente o que é…é só uma vontade que fala “cara, você precisa sair” e eu preciso atender quando vem.

Além de viajar, o que inspira seus trabalhos? Desde Fotografia, Vídeo, até o Design.

felipeEstou em uma transição bem interessante na verdade, porque o meu “carro” principal é a fotografia, e antes eu só tinha cabeça de fazer fotografia de paisagem, essa era minha inspiração e eu gerava todo o resto a partir disso. Hoje, eu estou cada vez mais percebendo e tentando produzir sem limitar minha visão a um único assunto. Obviamente que você vai transitar naturalmente para algo, mas o treino da visão é o tempo inteiro, você tem que tirar fotos todos os dias; se você quer ser um bom designer, você tem que fazer coisas todos os dias; se você quer filmar, também, é o tempo inteiro. É consistência, isso me fez perceber que inspiração vem de você treinar seu olhar, de produzir com seu olhar.

Para dar um pouco de contexto, explica para gente que lugar é esse das fotos de hoje?

felipeEsse pico se chama Cabo de Gata, é um parque natural muito da hora que fica no Sul da Espanha. Eu decidi parar durante uma viagem que estava cruzando a costa espanhola, que já tinha feito parte de uma outra viagem que foi muito importante para mim também. Eu descobri esse lugar no momento que percebi que produtividade é chave para você ser um produtor melhor de qualquer tipo de arte, que para evoluir você tem que fazer, foi aqui que tive essa epifania.

Falando de tênis agora, tirando marca e modelo – o que ele representa para você?

felipeÉ 100% identificação, tanto que a marca que eu mais gosto é a marca que eu mais me identifico com o estilo de vida que eles vendem. Se eu vejo toda a história dos caras, eu só consigo pensar “Porra, como é que vocês sabem quem sou eu? Como vocês estão contando essa história pra mim?”.

Quando eu boto um tênis desse no pé, sou eu dizendo para os outros que eu vivo esse estilo de vida. Eu tenho uma pira muito grande que beleza real é você se sentir confortável dentro do seu próprio corpo e eu acho que você tem que sempre estar exercitando isso da forma que seja melhor para você. Por exemplo, se você quer ir na academia por que isso vai te fazer sentir melhor, vai na academia; se você quer vestir um pano da hora para se sentir e se identificar melhor, veste esse pano; é a mesma coisa ao comprar o tênis. É muito importante estar confortável com a sua própria identidade.

Quando e como começou sua relação com tênis?

felipeDefinitivamente foi quando eu comecei a andar de skate, sem dúvida. É muito doido como dentro da comunidade do skate, o tênis que você usa é o grupo que você pertence. Tinha a Fallen que agora Rest in Peace, faliu faz pouco tempo. Ela foi a minha inspiração, eu pirava nesses caras, era muito o que eu era na época – rocker, porra louca, que queria estar com os amigos na rua o tempo todo. Eles sempre venderam isso, até lembro de umas propagandas que eles faziam na CemporcentoSKATE, com as fotos para vender os tênis, totalmente novos e depois com eles completamente destruídos, eu pirava nessas coisas – para mim eram tênis de skate feitos para skaters de verdade. Nessa época que eu flagrei que identidade começa pelo pé.

“Eu já estava pirando nesse tênis a um tempo, era um novo capítulo da minha vida e eu decidi comprar ele.”

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Por que esse Vans foi escolhido para o ensaio?

felipeEsse Vans veio em uma época bem massa da minha vida, já que várias coisas tinham acontecido e me encontrei fazendo a minha primeira viagem sozinho. Foi uma viagem longa, de 40 dias e inteira de ônibus, a primeira vez que eu vim para a Europa. Foi um momento que eu tava descobrindo o mundo, a viagem inteira foi sobre descobertas. Nessa época eu tinha uma pira de comprar um tênis sempre que eu ia fazer uma viagem massa, e quando eu estava em Bruxelas, senti que era o momento. Eu já estava pirando nesse tênis a um tempo, era um novo capítulo da minha vida e eu decidi comprar ele. Ele, em específico, é bastante por um gosto estético, de simplicidade, além de um momento da minha vida que era muito da hora.

@vans Authentic
Comprado: 2016
Dono: @fcgottardello
Fotos por: Kickstory

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